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Khashoggi: Erdogan diz que entregou ‘registro’ de execução a países

Jornal turno afirma que corpo de saudita foi dissolvido em ácido e jogado pelo ralo

Por AFP 10 nov 2018, 13h56
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  • O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou, neste sábado 10, a existência de gravações sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2 de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Khashoggi, que escrevia para o jornal The Washington Post, era crítico do regime de seu país e vivia em autoexílio nos Estados Unidos.

    Erdogan afirma que compartilhou o material com Arábia Saudita, Estados Unidos e França. Não há confirmação se o conteúdo se trata de áudio ou vídeo. “Demos as gravações (…) à Arábia Saudita, a Washington, aos alemães, aos franceses, aos ingleses”, declarou Erdogan em coletiva de imprensa.

    A presidência turca disse que autoridades do país puderam acessar as gravações, mas não receberam nenhum documento escrito.

    O jornal turco “Sabah”, que é alinhado com o governo, também afirmou neste sábado que os assassinos de Khashoggi se desfizeram de seu corpo, despejando-o no sistema de encanamento depois de ter sido dissolvido em ácido.

    Segundo o jornal, investigadores consideram que o corpo do jornalista crítico do regime saudita foi dissolvido em ácido e que, uma vez atingida a consistência suficientemente líquida, os autores do crime se desfizeram dele, despejando-o no ralo. O exame de amostras extraídas do encanamento da casa do cônsul saudita em Istambul permitiu detectar restos de ácido, disse o veículo, que não cita a fonte da informação.

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    Khashoggi foi assassinado em 2 de outubro, no consulado saudita em Istambul, onde tinha ido resolver um trâmite administrativo para poder se casar.

    ‘Apagar’ as provas

    Depois de negar inicialmente o assassinato, as autoridades sauditas primeiro falaram de uma “briga” que terminou mal, antes de afirmar que o jornalista de 59 anos morreu durante uma operação não autorizada e sobre a qual o príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman não havia sido informado.

    Vários meios de comunicação turcos afirmaram que Ancara tinha uma gravação do assassinato e que ela havia sido compartilhada com a diretora da CIA, Gina Haspel, durante uma viagem à Turquia no final de outubro.

    Mas a existência de tais gravações não foi oficialmente confirmada.

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    No Twitter, mulher de Khashoggi, Hatice Cengiz, declarou-se “incapaz de expressar sua tristeza após saber que (o corpo de Khashoggi) foi dissolvido”.

    Uma autoridade turca de alto escalão afirmou na segunda-feira que a Arábia Saudita enviou “limpadores” à Turquia para “apagar” as provas do assassinato do jornalista. Dois homens, um químico e um especialista em toxicologia, chegaram a Istambul no dia 11 de outubro, nove dias depois do assassinato.

    “Acreditamos que esses dois indivíduos vieram para a Turquia com o único objetivo de apagar as provas do assassinato de Jamal Khashoggi antes que a polícia turca fosse autorizada a vistoriar as instalações”, disse a autoridade turca, que pediu anonimato.

    A polícia turca não foi autorizada a fazer operações de busca no consulado até 15 de outubro e, na residência do cônsul, até o dia 17.

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