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Kamala x Trump: ‘Washington Post’ desiste de apoiar candidato pela primeira vez desde 1976

Diretor executivo do jornal, William Lewis, disse que decisão se manterá em eleições futuras, o que representa um retorno do WP 'às raízes'

Por Da Redação
Atualizado em 26 out 2024, 07h21 - Publicado em 25 out 2024, 15h44
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  • O jornal americano The Washington Post anunciou nesta sexta-feira, 25, que não apoiará nenhum dos dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos, marcando a primeira vez que a decisão é tomada desde 1976. Com o anúncio, nem o ex-presidente Donald Trump, nem a vice-presidente Kamala Harris receberão um aval claro do veículo. Em um artigo de opinião, o diretor executivo do jornal, William Lewis, disse que a decisão se manterá em eleições futuras, o que representa um retorno do WP “às raízes de não endossar candidatos presidenciais”.

    O Washington Post relembrou uma declaração antiga do seu Conselho Editorial sobre o apoio do jornal à candidatura de Dwight D. Eisenhower, eleito 34º Presidente dos EUA. No texto, de 1960, a cúpula destaca que “os argumentos para sua nomeação e eleição eram convincentes, mas que “poderia ter sido mais sensato para um jornal independente na capital do país ter evitado o endosso formal”.

    O comunicado também trata sobre declarações do Conselho Editorial a respeito das eleições em que disputaram, e venceram, John F. Kennedy e Richard M. Nixon. Nas duas, o jornal optou por não apoiar publicamente um candidato. A política mudou em 1976 por “razões compreensíveis na época”, quando endossaram Jimmy Carter, que derrotou o republicano Gerald Ford — que havia assumido o governo após a escandalosa renúncia do ex-presidente Richard Nixon, em razão do caso Watergate. 

    “Reconhecemos que isso será lido de várias maneiras, incluindo um endosso tácito de um candidato, ou uma condenação de outro, ou uma abdicação de responsabilidade. Isso é inevitável. Não vemos dessa forma”, pondera a declaração de Lewis.

    “Vemos isso como consistente com os valores que o The Post sempre defendeu e o que esperamos de um líder: caráter e coragem a serviço da ética americana, veneração pelo estado de direito e respeito pela liberdade humana em todos os seus aspectos”, continua ele. “Também vemos isso como uma declaração em apoio à capacidade de nossos leitores de decidirem por si mesmos sobre esta, a mais consequente das decisões americanas — em quem votar como o próximo presidente.”

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    Além disso, o texto destaca que o Washington Post tem como função “fornecer, por meio da redação, notícias imparciais para todos os americanos”, bem como “opiniões instigantes” dos jornalistas de opinião para os leitores “formarem suas próprias opiniões”. Por fim, afirma que seu “trabalho como jornal da capital do país mais importante do mundo é ser independente”, acrescentando: “E é isso que somos e seremos”.

    + Novas pesquisas apagam pequena vantagem democrata e são sinal de alerta para Kamala

    Panorama da corrida

    Faltando apenas 11 dias para a eleição americana, Harris viu sua pequena vantagem sobre Trump ir embora, de acordo com pesquisas de opinião da CNN e do New York Times publicadas nesta sexta-feira, 25. Enquanto na pesquisa da CNN os dois candidatos estão com 47% das intenções de voto, a do New York Times coloca os dois empatados em 48%.

    A última pesquisa do NYT revelou que a preferência por Harris pode ter diminuído desde seu último levantamento, no início de outubro. Na época, ela tinha uma ligeira vantagem (49% a 46%). A mudança está dentro da margem de erro, mas o agregador FiveThirtyEight, que faz uma média nacional de pesquisas, também registrou um aperto da margem nas últimas semanas: no início de outubro, ela estava à frente de Trump por 48,5% a 45,7%; agora, caiu para 48,1% a 46,4%. Isso sugere que esta disputa ficou ainda mais acirrada.

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