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Acompanhe em tempo real a apuração das eleições nos Estados Unidos

Há 538 votos em disputa no sistema do Colégio Eleitoral e vencedor precisa receber 270 deles ou mais

Por Da Redação
Atualizado em 6 nov 2024, 05h09 - Publicado em 5 nov 2024, 15h30

Os Estados Unidos foram às urnas nesta terça-feira, 5, para eleger o próximo presidente numa das eleições mais acirradas da história moderna do país. Em um cenário de alta polarização, a vice-presidente Kamala Harris, do lado democrata, e o ex-presidente Donald Trump, do lado republicano, travam uma disputa voto a voto, principalmente nos chamados swing states, ou estados-pêndulo, capazes de oscilar a contagem de votos do Colégio Eleitoral.

Nesse sistema, cada estado recebe um certo número de votos baseado no tamanho de sua população. Há 538 votos em disputa, e o vencedor precisa receber 270 deles ou mais.

Segundo projeções da agência de notícias Associated Press, Trump já conquistou 25 estados, somando 247 delegados. Kamala, por sua vez, conseguiu 17 estados, além do Distrito de Columbia, reunindo 214 delegados.

Abaixo, acompanhe em tempo real a apuração dos votos por estado, conforme informações forem disponibilizadas.

 

Trump se declara eleito

Mesmo antes de ser oficialmente apontado como vencedor da eleição, Trump se declarou eleito, durante evento na Flórida, agradecendo ao povo americano “pela extraordinária honra de ter sido eleito o seu 47º presidente e o seu 45º president”.
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Após projeção de vitória na Pensilvânia, que o colocou a uma pequena distância da vitória nacional, mas ainda sem os votos necessários, o ex-presidente subiu ao palco em West Palm Beach, na Flórida, junto da esposa, familiares e seu vice, JD Vance, para discursar. No momento, apenas a Fox News havia projetado a vitória do republicano, embora outras emissoras reconhecessem que era apenas questão de tempo.

Projeções

Ao contrário do Brasil, onde as urnas fecham simultaneamente, o horário de encerramento da votação varia de estado para estado, bem como o de contagem das cédulas.

Logo após o fechamento, projeções da AP mostram que Trump foi eleito nos estados de Indiana e Kentucky, levando 11 e 8 delegados, respectivamente. Já Kamala, segundo a AP, levou Vermont, com 3 delegados.

Na sequência, Trump venceu também em West Virginia pelo terceiro ciclo eleitoral presidencial consecutivo, somando mais quatro delegados. Nenhum democrata venceu por lá desde Bill Clinton, em 1996.

Os resultados representam poucas surpresas e seguem a maioria das pesquisas. Enquanto Trump venceu em estados com tendências republicanas, Kamala ficou com as áreas mais progressistas, como o nordeste americano, incluindo Nova Jersey e Nova York. O momento coloca pressão em direção aos estados do leste, como Geórgia, Carolina do Norte e Pensilvânia.

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Até o momento, Trump já venceu em: Kentucky, West Virginia, Mississippi, Alabama, Oklahoma, Tennessee, Flórida, Carolina do Sul,  Arkansas, South Dakota, North Dakota, Nebraska, Wyoming, Louisiana, Ohio, Texas, Missouri, Utah, Montana, Kansas, Iowa, Idaho, Carolina do Norte, Georgia. 

Kamala, por sua vez, venceu em: Vermont, Maryland, Connecticut, Massachusetts, Rhode Island, New Jersey, Delaware, Illinois, Nova York, Colorado, Distrito de Columbia, California, Washington, Oregon, Novo Mexico, Virginia, New Hampshire.

Opções de Trump

Com a Carolina do Norte e seus 16 delegados, Trump tem mais cartas na manga para alcançar a meta de 270 delegados. Ele pode atingir o número mágico ao vencer na Georgia e Pensilvânia ou ao vencer na Georgia, Michigan e Wisconsin.  Também há possibilidade de vitória caso conquiste Wisconsin e Arizona, bem como outras combinações envolvendo Nevada, cenários que exigem que ele quebre o muro azul dos estados do norte, algo mais difícil.

Trump atacou a Carolina do Norte nos últimos dias da campanha, parando em quatro cidades ao longo de quatro dias e terminando sua campanha no estado na segunda-feira – uma estratégia que parece ter dado certo.

Controle do Senado

Com pelo menos 51 cadeiras no Senado garantidas, o Partido Republicano retomará controle da casa pela primeira vez em quatro anos.

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Na eleição de terça-feira, os americanos escolheram 34 senadores, representando um terço das 100 cadeiras do Senado. Até então, a câmara era composta por 51 democratas e 49 republicanos, mas os democratas perderam uma cadeira em Ohio e outra em Virgínia Ocidental.

Independentemente de quem vencer a disputa presidencial, o partido terá o importante poder de confirmar o gabinete do próximo líder da Casa Branca, assim como um novo juiz da Suprema Corte.

‘Alegria deixou o prédio’

No primeiro momento uma celebração animada da perspectiva de uma mulher na Casa Branca, a festa oficial da campanha de Kamala começou a azedar na madrugada desta quarta-feira, 6, conforme o caminho da democrata para a vitória começou a se estreitar.

Um dos diretores da campanha, Cedric Richmond, se dirigiu à plateia, já esvaziada, para dizer que a vice-presidente não faria nenhum discurso por ora, mas que a campanha não está desistindo. No lugar do discurso, um DJ colocou músicas de uma playlist para tocar, mesmo com o desânimo da plateia.

“Ainda há votos a serem contados. Temos estados que ainda não têm resultados. Vamos continuar lutando para garantir que cada voto seja contado”, disse Richmond.

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Embora ainda haja caminhos para Kamala, o mapa eleitoral se mostra mais difícil para a candidata alcançar os 270 delegados necessários.

Vendo o cenário, uma porta-voz de Trump aproveitou para dar uma cutucada nos rivais.

“Parece que a alegria foi embora do prédio”, escreveu Karoline Leavitt em publicação no X, antigo Twitter.

Miragem vermelha

Kamala e Trump estão competindo por sete estados indecisos: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, os três estados que compõem o “muro azul” (de tendência democrata) que ele quebrou em 2016, mas o presidente Joe Biden levou em 2020, e Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte, os quatro swing states (estados-pêndulo, que alternam preferências entre os dois partidos) do Cinturão do Sol.

Quatro anos atrás, quando Trump questionou a legitimidade das cédulas enviadas pelo correio, as primeiras horas após o fechamento das urnas mostraram uma “miragem vermelha” em vários estados indecisos importantes. Isso significa que os resultados iniciais pareciam melhores para ele do que mostraram os resultados finais, dias depois.

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Uma “miragem” nos resultados eleitorais normalmente é consequência de vários fatores, incluindo geografia (condados pequenos e rurais que tendem a favorecer os republicanos têm menos votos para contar e, portanto, emitem resultados mais rapidamente) e os tipos de cédulas sendo contadas — votos enviados por correio são computados mais tarde, algo a ter em mente.

Trump fala em ‘trapaça’

Pouco antes do fechamento das urnas na Pensilvânia, Trump usou sua rede social, a Truth Social, para afirmar que há “conversas sobre trapaça em massa na Filadélfia” e que policiais estariam a caminho. No entanto, até mesmo membros do próprio partido do candidato desmentiram as declarações, assim como a polícia.

O comissário republicano da cidade, Seth Bluestein, disse no X, antigo Twitter, que “não há absolutamente nenhuma verdade” na alegação, que classificou como “desinformação”. Trump não deu detalhes sobre a suposta trapaça e seus porta-vozes não responderam a pedidos de comentários sobre o que ele quis dizer.

Procurado pela emissora americana CNN, o Departamento de Polícia da Filadélfia disse não saber sobre o que o republicano estava se referindo.

Histórico

Pela primeira vez na história, o  Senado dos Estados Unidos terá duas mulheres negras atuando ao mesmo tempo. Angela Alsobrooks, de Maryland, e Lisa Blunt Rochester, de Delaware, ambas do Partido Democrata, se elegeram nesta terça.

Alsobrooks, que também é a primeira senadora negra eleita por seu estado, derrotou o ex-governador Larry Hogan, um popular republicano que serviu dois mandatos. Já Blunt Rochester se torna a primeira mulher e a primeira pessoa negra eleita por Delaware ao Senado. 

Apenas três outras mulheres negras serviram na câmara até agora, duas delas eleitas e uma que foi nomeada.

Ameaças de bomba

Autoridades estimam que cerca de 30 ameaças falsas de bomba tenham sido registradas em locais relacionados às eleições presidenciais. De acordo com fontes ouvidas pela CBS News, aproximadamente 17 dessas ameaças ocorreram apenas no estado da Geórgia.

As investigações estão em andamento e as autoridades acreditam que os incidentes possam ser parte de um esforço estrangeiro para desestabilizar o processo eleitoral. Além da Geórgia, as ameaças também estão sendo monitoradas em estados decisivos para o pleito, como Arizona, Michigan e Wisconsin.

Votação contra aborto

Além de votar para escolher o próximo presidente, eleitores da Flórida rejeitaram nas urnas nesta terça-feira uma proposta para estabelecer a legalização do aborto, mantendo em vigor uma proibição de 6 semanas e limitando ainda mais o acesso à interrupção da gravidez no sul dos Estados Unidos.

Em 2022, a Suprema Corte derrubou a decisão do histórico caso “Roe v. Wade”, que há 50 anos concedeu às mulheres americanas o direito ao aborto legal. Com a derrubada, a decisão sobre permissão, ou não, ficou com os estados.

Apesar das restrições ao procedimento, o número de abortos nos Estados Unidos vem aumentando: foram mais de um milhão em 2023, o maior número em mais de dez anos e um aumento de 10% em relação a 2020, segundo relatório da Guttmacher Institute, organização de pesquisa voltada aos direitos reprodutivos.

Primeira trans

Eleita em 2020 ao Senado Estadual de Delaware, a democrata Sarah McBride, 34 anos, deu um passo além e se tornou, nesta terça-feira, 5, a primeira pessoa abertamente transgênero eleita à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.

A democrata ganhou projeção nacional em 2016, quando foi a primeira mulher trans a discursar na Convenção do Partido Democrata. Na ocasião, ela anunciou a candidatura presidencial de Hillary Clinton.  Antes, sob comando do ex-presidente Barack Obama, foi a primeira pessoa trans a estagiar na Casa Branca. 

Fogo cruzado

O governador de Vermont, o republicano Phil Scott, anunciou que votou em Kamala Harris. Do lado de fora do seu local de votação, Scott disse que “não era uma coisa fácil de fazer sendo o governador republicano em exercício e votando contra o indicado do seu partido”, mas que “chegou à conclusão de que tinha que colocar o país acima do partido”.

Não é a primeira vez, contudo, que o governador contraria a própria sigla. Nas eleições de 2020, ele deixou de votar no candidato republicano, também Donald Trump, na época presidente, para endossar a candidatura de Joe Biden, que saiu vencedor do pleito. Na ocasião, Scott explicou que deixar de votar não era uma opção e que “tinha que votar contra” o empresário americano.

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