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Kamala sai ilesa de primeira entrevista como candidata; veja pontos abordados

Até agora, a democrata só havia performado com um roteiro e equipe de Trump torcia por um escorregão antes do debate presidencial – que não veio

Por Amanda Péchy Atualizado em 30 ago 2024, 10h04 - Publicado em 30 ago 2024, 09h55
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  • Kamala Harris
    Kamala Harris (Al Drago/Getty Images)

    A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, realizou sua primeira entrevista desde que se tornou candidata na corrida pela Casa Branca na noite de quinta-feira 29, sob enorme escrutínio. É verdade que a emissora CNN, que fez as honras, pende mais para o lado democrata, mas ainda assim muitos esperavam um escorregão – em especial a campanha do republicano Donald Trump – porque, até agora, todas as suas falas haviam sido roteirizadas. Seria difícil conter os danos antes do próximo debate presidencial, em 10 de setembro. Mas o escorregão não veio.

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    Uma figura política mais hábil, disciplinada e preparada do que em sua curta participação da corrida de 2020 ou no início de seu mandato como vice-presidente, Harris respondeu às perguntas de maneira suave e conseguiu, em grande parte driblar suas vulnerabilidades. A cada percalço, conseguiu redirecionar a conversa para pontos de discussão mais seguros, algo que havia falhado em fazer em uma famigerada entrevista à NBC em 2021.

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    Longe das questões identitárias

    Ela também evitou quaisquer erros óbvios que pudessem tirar sua campanha dos trilhos, sem precisar correr para controlar danos durante a preparação para seu debate contra Trump. Com o bordão de “virar a página” em relação à narrativa divisora do Partido Republicano, Harris também se recusou a dar corda para provocações de seu rival sobre sua identidade racial (ele fez uma declaração infeliz em que sugeriu que a democrata, só recentemente, passou a se identificar como pessoa negra).

    “É o mesmo velho manual cansado. Próxima pergunta, por favor”, disse, apenas, evidenciando que ela não tem intenção de permitir que a campanha seja infiltrada por questões raciais. Trump, descreveu a entrevista como “CHATA!!!” nas redes sociais, e acusou a oponente de ser “uma fraude”.

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    Quando questionada mais tarde na entrevista sobre a natureza histórica de sua candidatura (como primeira mulher negra e filha de imigrantes a pleitear a Presidência), ela disse que acreditava ser a melhor pessoa para ocupar a Casa Branca para todos os americanos, independentemente de raça e gênero.

    Kamala preferiu focar-se em temas e aspirações mais abrangentes, em vez de projetos detalhados de políticas. Também se recusou a explicar completamente as mudanças que fará em áreas como imigração e energia.

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    Mudou de ideia

    Conhecida por políticas mais progressistas, Harris garantiu que seus “valores continuam os mesmos” após adotar uma posição mais centrista e moderada.

    Apesar de anteriormente ter defendido o combate às mudanças climáticas com uma postura linha-dura, ela propõe agora reverter a proibição do fracking, uma técnica para obter gás e petróleo de rochas de xisto, e disse estar confiante de que as metas de redução de emissões dos Estados Unidos poderiam ser cumpridas sem uma proibição.

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    Republicanos tentam atacar Harris como extremista, apontando suas declarações de 2019 como evidência. Naquela época, ela também defendia o fechamento de centros de detenção de imigrantes e a descriminalização de travessias ilegais da fronteira.

    Agora, passou a adotar uma postura mais dura com imigração, referindo-se ao seu tempo “processando organizações criminosas transnacionais” como procuradora-geral da Califórnia. No início deste ano, ela apoiou um projeto de lei bipartidário de segurança de fronteira que teria incluído centenas de milhões de dólares para mais construção de muros. Trump pressionou os republicanos no Congresso a impedir o acordo, o que Harris disse na entrevista à CNN ser uma jogada política cínica.

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    Nada de novo no front em Gaza

    Harris também foi questionada sobre a guerra em Gaza e reiterou a posição da Casa Branca de que tanto Israel quanto o Hamas devem “fechar um acordo” e que os palestinos merecem ter seu próprio país, vizinho a Israel, a chamada “solução de dois Estados”.

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    “Esta guerra deve acabar e devemos fechar um acordo para o resgate dos reféns”, disse ela, sem oferecer detalhes sobre como chegar a ele.

    A candidata também não se comprometeu com um embargo de vendas de armas a Israel, como alguns no flanco esquerdo de seu partido exigiram.

    Presidente de todos

    Harris afirmou que suas viagens pelo país como vice-presidente a fizeram acreditar na construção de consenso, e na entrevista disse que está aberta a incluir republicanos em seu gabinete presidencial. Ela defendeu que isso cumpriria sua promessa de ser uma presidente “para todos os americanos”.

    “Passei minha carreira estimulando a diversidade de opinião. Acho importante ter pessoas na mesa com visões diferentes quando algumas das decisões mais importantes estão sendo tomadas”, explicou.

    Além disso, a vice-presidente afirmou que Joe Biden, que desistiu da corrida presidencial por pressão após uma performance desastrosa no debate contra Trump e preocupações com sua idade (81 anos) poderia ter cumprido mais um mandato.

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    “Ele é tão inteligente, e passei horas e horas com ele no Salão Oval. Ele tem a inteligência, o comprometimento, a capacidade de julgamento e a disposição que acho que o povo americano merece em seu presidente”, afirmou, reiterando que Trump, por outro lado, não tinha nenhuma dessas qualidades.

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