O juiz federal Emmet Sullivan, da capital americana, ordenou nesta quinta-feira (9) que duas imigrantes — mãe e filha — fossem trazidas de volta aos Estados Unidos logo ao ser informado que o governo já as havia deportado e embarcado em voo para El Salvador.
As duas estão entre 12 autores de um recurso apresentado pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) contra alterações em políticas de refúgio ordenadas pelo secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions.
O juiz Emmet Sullivan, da corte distrital de Washington, ouvia um pedido para suspender as deportações quando a ACLU foi informada sobre o embarque forçado das duas imigrantes. Sullivan ordenou que o voo retornasse aos Estados Unidos e sugeriu que Sessions poderia ser acusado de desobedecer o tribunal, de acordo com a ACLU.
Segundo a rede de televisão CNN, o governo de Donald Trump teve de correr para cumprir a determinação do juiz. As duas imigrantes chegaram a desembarcar em San Salvador, mas foram trazidas de volta ao estado do Texas nesta noite.
Durante a audiência, o juiz ordenou um adiamento temporário na deportação das nove mulheres e três crianças que apresentaram o processo, de acordo com um documento judicial.
O processo foi apresentado na terça-feira na capital americana pela ACLU. O processo contesta uma recente medida adotada pelo Departamento de Justiça para tornar mais estritos os requisitos para a concessão de refúgio nos Estados Unidos.
Essa iniciativa torna mais difícil o refúgio no país a quem foge de violência doméstica ou de gangues locais — dois dos frequentes motivos alegados por imigrantes centro-americanos.
Sessions tem liderado os esforços de Trump para combater a imigração ilegal. No início de maio, o Departamento de Justiça adotou a política de tolerância zero, que criminaliza os imigrantes indocumentados e separa as crianças de seus pais. Trump teve de recuar e suspender a política em junho, depois de pressões vindas de dentro de seu próprio partido, o Republicano.
(Com Reuters)