O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou nesta sexta-feira (29) o ataque à redação do jornal Capital Gazette, do Estado de Maryland, no qual cinco pessoas morreram na quinta, e sustentou que os jornalistas deveriam desempenhar seu trabalho “sem medo de um ataque violento”.
Trump tem sido altamente agressivo contra a imprensa americana e, em especial, os seus profissionais. No ano passado, em discurso para seu eleitorado em Phoenix, no Estado do Arizona, o presidente americano expôs os jornalistas que cobriam o evento ao risco de serem atacados pela plateia. Na época, chamou os profissionais da imprensa de “desgraçados desonestos”.
Depois de informado sobre o ataque ao Capital Gazette, Trump adotou um discurso mais comedido e conciliador. O ataque, para ele, foi “horrível”. Quatro das vítimas eram jornalistas.
“Os jornalistas, como qualquer outro americano, deveriam poder realizar seu trabalho livremente sem medo de um ataque violento”, disse, antes de discursar na Casa Branca sobre os seis meses de adoção de sua reforma tributária.
Trump se comprometeu a trabalhar para reduzir a violência com armas nos Estados Unidos. Mas não comentou sobre as restrições à venda de armas no país. Trata-se do principal tópico da agenda de grupos e organizações em favor da diminuição da violência no país, mas que o atual governo, aliado da National Rifle Association (NRA), se recusa a adotar.
“Meu governo não descansará até reduzir os crimes violentos para assim proteger a vida dos inocentes”, prometeu Trump.
O ataque ao Capital Gazette foi cometido por Jarrod Ramos, engenheiro de computação de 38 anos, detido pelas autoridades, que culpava o jornal por uma cobertura de processo judicial contra ele por assédio sexual. Ramos já havia processado a publicação por difamação. Na quinta, ele entrou na redação do jornal disparando. Matou cinco pessoas e feriu outras duas.