Jornalista americano é preso na Venezuela
Cody Weddle colaborava para os jornais 'Miami Herald' e 'The Telegraph' e para as emissoras Local 10 e ABC
O jornalista americano Cody Weddle, colaborador de veículos como Miami Herald e The Telegraph, e seu assistente venezuelano Carlos Camacho foram presos nesta quarta-feira, 6, na Venezuela, segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa do país (SNTP).
De acordo com o SNTP, Weddle e Camacho foram detidos logo no início da manhã em uma operação realizada por agentes da Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim), controlada por Nicolás Maduro.
Vizinhos do jornalista americano disseram, segundo o sindicato, que a casa de Weddle foi alvo de uma operação de busca e apreensão com uma ordem assinada por um tribunal militar. Equipamentos de trabalho dos jornalistas também foram confiscados.
“Com a detenção de Cody Weddle e Carlos Camacho, são 36 os casos de jornalistas e trabalhadores da imprensa presos por Nicolás Maduro desde o início de 2019”, disse o SNTP, que ressaltou que três dos profissionais detidos ainda seguem presos pelo regime chavista.
Weddle colabora para o jornal americano Miami Herald, para o britânico The Telegraph e para as emissoras Local 10 e ABC, também dos Estados Unidos.
A última comunicação do jornalista com o Local 10 foi na tarde de terça-feira 5, quando ele noticiou a chegada de Juan Guaidó à capital após uma excursão por diversos países da região, entre eles o Brasil.
Segundo o SNTP, Weddle e Camacho estão sendo mantidos na sede da Dgcim, em Caracas. Segundo informou o próprio órgão ao sindicato, os dois passam por interrogatórios.
Na semana passada, uma equipe da emissora Univisión ficou presa por mais de duas horas no Palácio Presidencial de Mirafloes após entrevistar Maduro.
O principal apresentador da emissora, Jorge Ramos, e sua equipe de produção, que foram deportados no dia seguinte, denunciaram que tiveram equipamentos apreendidos por ordem do líder chavista.
As denúncias de prisões arbitrárias de jornalistas aumentaram depois que o chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente do país por considerar que Maduro foi eleito para seu segundo mandato de forma ilegítima.
Só em janeiro, o SNTP registrou 40 agressões a jornalistas. Desse total, 19 ocorreram durante a prisão de profissionais.
Maduro critica a imprensa constantemente, especialmente jornalistas estrangeiros, e diz haver uma campanha midiática liderada pelos Estados Unidos para derrubá-lo do poder.
(Com EFE)