Japão: 37 milhões de pessoas devem apagar as luzes contra crise energética
Com temperaturas recordes, governo alerta para perigo de escassez de eletricidade e recomenda que a população economize o máximo de energia possível
O governo do Japão alertou para uma possível escassez de energia elétrica nesta segunda-feira, 27, e recomendou que a população de Tóquio desligue as luzes desnecessárias. A medida ocorre no momento em que o país enfrenta uma onda de calor que prejudica o fornecimento de energia.
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Em um comunicado no domingo 26, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês estimou que a capacidade de geração de eletricidade deve cair para 3,7% nesta segunda-feira em Tóquio e oito prefeituras vizinhas, muito perto do mínimo exigido de 3%.
Embora os fornecedores de energia estejam trabalhando para aumentar a oferta, o ministério disse que a situação é “imprevisível” à medida que as temperaturas sobem. “Se houver um aumento na demanda e problemas repentinos de oferta, a margem de reserva cairá abaixo do mínimo de 3%”, afirmou.
Durante semanas, as autoridades japonesas alertaram para uma crise de energia em meio a uma onda de calor. No fim de semana, a temperatura no centro de Tóquio subiu acima de 35°C, enquanto a cidade de Isesaki, a noroeste da capital, registrou um recorde de 40,2°C.
Essa foi a temperatura mais alta já registrada em junho para o Japão. O período, que marca o início do verão no país, geralmente registra temperaturas abaixo de 30°C.
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A emissora japonesa NHK informou, no domingo, que 46 pessoas foram hospitalizadas por suspeita de insolação em Tóquio. Na cidade vizinha de Kawagoe, um homem de 94 anos teria morrido por exposição ao calor intenso, segundo a emissora.
O governo fez um apelo para que a população adote as medidas necessárias para se proteger do calor e evitar apagões. A recomendação é que as pessoas desliguem as luzes desnecessárias por três horas a partir das 15h (horário de Tóquio), mas o uso de ar-condicionado está liberado.
O fornecimento de energia do Japão está em crise desde que um terremoto atingiu o país em março e forçou algumas usinas nucleares a suspenderem as operações. Várias usinas de combustível fóssil também foram fechadas em uma tentativa de reduzir as emissões de dióxido de carbono.
No início deste mês, o governo japonês pediu às famílias e empresas que economizassem o máximo de eletricidade possível durante o verão.
Medidas similares foram adotadas na Austrália, que também está passando por uma crise energética. No estado de Nova Gales do Sul, que inclui a maior cidade do país, Sydney, o governo recomendou que a população de oito milhões de pessoas mantenha as luzes desligadas por duas horas todas as noites.