O governo do Japão expandiu nesta quarta-feira, 25, seu estado de emergência contra a Covid-19 pela segunda semana seguida, acrescentando mais oito regiões à lista de zonas afetadas, à medida que casos impulsionados pela variante Delta sobrecarregam o sistema de saúde do país.
A decisão desta quarta-feira foi anunciada após o país registrar na terça-feira o 12º dia consecutivo de recorde na média de novos casos de Covid-19, junto ao início dos Jogos Paralímpicos. A medida eleva para o nível máximo de alerta 21 das 47 regiões do país, que juntas somam 75% da população.
“A variante Delta está se propagando cada vez mais, e está tornando mais difícil conter o vírus”, declarou o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, em referência ao recorde de casos registrado pelo país asiático desde julho.
O país vem superando mais de 20.000 casos diários de Covid-19 desde metade do mês, os números mais altos desde o início da pandemia. Embora o número diário de mortes não supere a média desde junho, coloca pressão sobre o sistema de saúde, à medida que há escassez de leitos reservados para casos graves da doença.
Ao todo, o Japão soma cerca de 1,34 milhões de casos, incluindo 15.723 mortes.
Enquanto pede para que as pessoas permaneçam em casa e respeitem o distanciamento social, o governo caminha lentamente na campanha de vacinação, já que 43% da população estão totalmente imunizadas contra a Covid-19.
O auge de contágios no país coincidiu com a celebração dos Jogos Olímpicos, e as novas medidas tomadas pelo Executivo chegam enquanto a capital recebe os Jogos Paralímpicos, também em formato de bolha para evitar infecções entre os 4.400 atletas participantes e a população japonesa. A competição teve início na terça-feira 24 e vai até 25 de setembro.
Alguns especialistas consideram que a realização dos Jogos Olímpicos resultou no relaxamento da população em respeitar as recomendações das autoridades, algo que também é respaldado nas pesquisas de opinião. Em uma consulta feita pelo jornal Asahi, 61% dos entrevistados dizem acreditar que o evento motivou em mais saídas de casa ou reuniões com familiares e amigos, ao contrário do que pedia o governo.
Apesar de manter desde julho um alerta sanitário em Tóquio e outras regiões do arquipélago, as limitações não bastaram para conter o avanço do coronavírus, o que fez com que as lideranças políticas do país clamassem para que as pessoas ficassem em casa e pedissem a colaboração dos comerciantes, já que, no país, não é legalmente possível impor um confinamento e não se pode obrigar o setor privado a respeitar limitações de horário ou servir álcool, por exemplo.
As medidas incluem principalmente restrições sobre locais fechados, como bares e restaurantes. Governos locais nas zonas afetadas também podem proibir celebrações de eventos com grande público ou recomendar o fechamento de centros públicos de ensino.