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Japão encara desafio de reconstruir cidades e ajudar desabrigados por tsunami

Andrés Sánchez Braun. Ishinomaki (Japão), 10 mar (EFE).- O Japão prepara-se para lembrar neste domingo o primeiro aniversário do grande terremoto e posterior tsunami que devastaram o nordeste do país no dia 11 de março de 2011, diante da indefinição sobre os planos urbanísticos de reconstrução e o futuro de aproximadamente 300 mil pessoas que […]

Por Da Redação
10 mar 2012, 14h35
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  • Andrés Sánchez Braun.

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    Ishinomaki (Japão), 10 mar (EFE).- O Japão prepara-se para lembrar neste domingo o primeiro aniversário do grande terremoto e posterior tsunami que devastaram o nordeste do país no dia 11 de março de 2011, diante da indefinição sobre os planos urbanísticos de reconstrução e o futuro de aproximadamente 300 mil pessoas que deixaram ou perderam suas casas.

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    Todas as cidades litorâneas das províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima celebrarão neste domingo homenagens aos quase 20 mil mortos e desaparecidos da catástrofe e se unirão, em um minuto de silêncio, às 14h46 locais (2h46 de Brasília), mesmo horário do terremoto de 9 graus na escala Richter.

    O mesmo será feito em Tóquio, onde se convocou uma grande cerimônia da qual participarão, entre outros, o imperador Akihito e o primeiro-ministro Yoshihiko Noda.

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    Neste sábado, as cidades mais abaladas pelo desastre, como Onagawa e Ishinomaki, receberam mais ônibus com visitantes de diversos pontos do país que planejam comparecer aos atos oficiais, apesar das possíveis nevascas e temperaturas abaixo de zero esperadas para domingo na região.

    Outros, que tiveram algum familiar entre os mortos, se deslocaram à região para participar dos ritos que quase todos os templos e santuários do nordeste devem organizar em homenagem às vítimas do 11 de março.

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    Em meio às cerimônias relacionadas ao aniversário, muitas cidades continuavam neste sábado com os trabalhos de limpeza de escombros, pois, segundo estimativas, ainda restam 6 milhões de toneladas de resíduos a serem recolhidas, das cerca de 22 milhões deixadas pelo tsunami.

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    Na vila pesqueira de Ogatsu, onde cerca de 200 pessoas morreram, os poucos moradores que permaneceram puderam finalmente observar, neste sábado, a retirada de um ônibus tombado sobre o teto de um ginásio esportivo que havia se transformado na triste estampa do local durante quase um ano.

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    No entanto, retirar até o último dos escombros não bastará para esclarecer o destino das 330 mil pessoas removidas da região da tragédia e que ainda vivem em casas temporárias e apartamentos de aluguel em todo o nordeste japonês.

    Parte dos 80 mil desalojados por conta do acidente na usina nuclear de Fukushima não sabem se algum dia poderão retornar a suas casas, enquanto uma porção dos desabrigados – que perderam as casas pelo tsunami – se debate entre permanecer na região ou se mudar definitivamente.

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    De qualquer maneira, nenhuma prefeitura aprovou ainda a reconstrução dos bairros situados em zonas de risco junto ao mar e que devem ser transferidos a terrenos mais altos, pois a complicada geografia da região obriga a aplainar enormes superfícies, o que dispara os custos.

    Além disso, alguns grupos são reticentes a reconstruir as pequenas localidades que, devido ao progressivo despovoamento do entorno rural, diminuíram nas últimas décadas, pois consideram que reerguer o município com um projeto mais centralizado economiza custos e garante sua sobrevivência.

    Até um ex-prefeito de Onagawa, Nobutaka Azumi, chegou a dizer que não faria sentido recompor pequenas vilas afastadas onde só vivem idosos e que já estão condenadas a desaparecer.

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    ‘No caso das famílias jovens, muitos querem ir embora ou estão pensando nisso. Principalmente mães e crianças querem partir, porque têm medo’, ressalta em declarações à Agência Efe o morador Noboru Masaki, um caminhoneiro de 63 anos que perdeu sua casa em Ishinomaki e agora vive com parentes.

    ‘Para os jovens, é mais fácil fazer um novo começo, mas para as pessoas da minha idade não. Para nós, o ‘jimoto’ (cidade natal, em japonês) é o ‘jimoto”, acrescenta.

    O argumento de Noboru se reflete na redução demográfica registrada na costa nordeste do Japão nos últimos 12 meses, e é especialmente grave nas cidades mais devastadas, como Onagawa, Minami Sanriku e Rikuzentakata, onde a população decresceu 10% ou mais, segundo dados obtidos pela agência de notícias ‘Kyodo’.

    Isso representa uma significativa queda nas receitas dos cofres públicos desses municípios e se soma ao fato de que muitas empresas locais afetadas pelo tsunami, que seriam o pilar da reconstrução, ainda não puderam retomar suas atividades.

    Calcula-se que, dos 27 mil negócios afetados pelo desastre, mais de 20% ainda não reataram suas operações, e cerca de 1.750 já anunciaram que pretendem fechar. EFE

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