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Itália proíbe construção de McDonald’s próximo às Termas de Caracala

Área onde se situam os banhos romano está sujeita a condicionantes do Plano Paisagístico Territorial, por ser protegida como Patrimônio Mundial da Unesco

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 jan 2022, 14h50

Descobertas arqueológicas recentes mostraram que os romanos gostavam de comer na rua e até contavam com seus próprios restaurantes de comida rápida. Daí a instalar um McDonald’s gigante próximo às Termas de Caracala, um dos pontos turísticos mais visitados de Roma, vai uma distância enorme. Foi o que acharam os integrantes da sexta seção do Conselho de Estado, ao rejeitar recurso impetrado pela empresa americana em novembro do ano passado. A área onde se situam os antigos banhos romanos, conforme consta da justificativa apresentada, está sujeita a condicionantes do Plano Paisagístico Territorial, por ser protegida como Patrimônio Mundial da Unesco.

Tudo começou em 2019, quando o McDonald’s anunciou que abriria dois restaurantes próximos a locais históricos, um perto do Panteão, no centro de Roma, e outro nas cercanias das Termas de Caracala, nos subúrbios. A princípio, as autoridades regionais do Lazio aprovaram as propostas. Após protestos do público e de várias entidades, a decisão foi revertida e as obras que haviam sido iniciada nas imediações dos banhos foram interrompidas. A empresa americana havia planejado um restaurante de 250 lugares e um drive-thru em uma área anteriormente ocupada por um centro de jardinagem.

Em um comunicado, o McDonald’s disse que acatará a decisão e continuará investindo na cidade: “Como sempre, e neste caso, o McDonald’s atendeu a todas as leis e regulamentos nacionais, regionais e locais. O McDonald’s tem 54 restaurantes em Roma e 2.500 funcionários, como prova da relação positiva e de longo prazo entre nossa empresa e a cidade. É por isso que continuaremos investindo nesta área.”

As Termas de Caracala foram construídas entre 212 e 216, e abertas ao público durante o reinado do imperador que dá nome a elas. No auge, a enorme estrutura, decorada com mármores, mosaicos e esculturas, teria sido visitada por entre 6.000 e 8.000 pessoas todos os dias. A entrada era gratuita.

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