Embora tenha rejeitado propostas de cessar-fogo, Israel afirmou, nesta sexta-feira, 15, que vai enviar uma delegação ao Catar para avançar nas negociações de trégua com o grupo militante palestino Hamas. Ao mesmo tempo, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que aprovou um plano para ataque em Rafah no mês sagrado islâmico do Ramadã, apesar dos alertas sobre uma catástrofe humanitária. Hoje, a cidade localizada no extremo sul de Gaza abriga mais de 2,3 milhões de palestinos.
Até o momento, ambos os lados não conseguiram chegar em um acordo para o conflito em Gaza. Entretanto, os Estados Unidos e os mediadores árabes estão determinados a chegar em um acordo que possa evitar o ataque a Rafah, permitindo a entrada de ajuda humanitária para aliviar a fome em massa.
O primeiro navio que transportava ajuda alimentar por mar chegou à costa na manhã de sexta-feira, 15, onde a agência humanitária da ONU afirma estar montando um cais temporário para descarregar a ajuda. Caso nenhum trato seja firmado, o governo israelense afirmou que vai prosseguir com os planos de guerra.
“O primeiro-ministro Netanyahu aprovou os planos de ação em Rafah. As Forças de Defesa de Israel estão se preparando operacionalmente para a evacuação da população”, disse o gabinete de Netanyahu. “Em relação aos reféns – as exigências do Hamas ainda são irrealistas. Uma delegação israelense partirá para Doha depois que o gabinete de segurança discutir a posição de Israel.”
Sublinhando a crescente inquietação de Washington, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, afirmou que era necessário um plano claro e implementável em Rafah para que os civis possam ser retirados antes do conflito. Porém, segundo Israel, os residentes seriam evacuados antes do ataque.
Contraproposta de Hamas
Duas semanas após receber uma proposta de trégua aprovada por Israel, o Hamas apresentou sua primeira contraproposta de cessar-fogo nesta quinta-feira, 14. Na oferta, o grupo afirmou que libertaria os reféns israelenses em troca dos palestinos detidos.
Um membro do alto escalão do Hamas afirmou à agência de notícias Reuters que a rejeição de Netanyahu mostrou que ele está “determinado a prosseguir a agressão contra o nosso povo e a minar todos os esforços envidados para chegar a um acordo de cessar-fogo”.
Segundo Israel, em caso de cessar-fogo, a trégua seria apenas temporária, assim como foi a de uma semana de novembro. O fim das ofensivas em território palestino por algumas semanas permitiria a entrada de ajuda humanitária.