Israel “não decidiu” no momento intervir militarmente contra o Irã para paralisar seu polêmico programa nuclear, declarou nesta quinta-feira o diretor dos serviços de inteligência militar dos Estados Unidos, general Ronald Burgess.
“Pelo que sabemos, Israel não decidiu atacar o Irã”, afirmou o diretor da Agência de Inteligência da Defesa (DIA, siglas em inglês) aos senadores da comissão de Defesa.
Teerã continua tentando fortalecer seu poder naval, balístico e nuclear e pode bloquear “temporariamente” o Estreito de Ormuz e recorrer a grupos terroristas em caso de conflito, considerou o general Burgess.
“Mas a DIA considera que é improvável que o Irã inicie ou provoque intencionalmente um conflito”, explicou.
Os líderes iranianos mantêm o programa nuclear, mas não tomaram a decisão de produzir uma arma nuclear, afirmou James Clapper, maior autoridade de inteligência americana.
“Acreditamos que a decisão será tomada pelo próprio guia supremo (Ali Khamenei) com base em uma avaliação de custo-benefício”, admitiu o diretor nacional de inteligência.
“Não acho que queiram uma arma nuclear a qualquer preço, o que influi em favor de sanções” internacionais, acrescentou Clapper
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira que as sanções econômicas e financeiras impostas ao Irã não deram resultado.
O Irã é a “potência mais irresponsável da Terra”, denunciou Netanyahu, que considera que “os Estados Unidos e todos os países responsáveis deveriam estar preocupados com a continuação do programa de armas nucleares do Irã”.
Suas declarações foram feitas no dia seguinte ao anúncio feito pelo presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de que o Irã havia conseguido produzir seu próprio combustível nuclear enriquecido a 20% para seu reator de pesquisa, depois de vários dirigentes e especialistas nucleares ocidentais terem dito que não tinha capacidade tecnológica para alcançar esse objetivo.