Forças israelenses invadiram Ramallah, capital da Cisjordânia, na madrugada desta segunda-feira, 4, aumentando as tensões em outro território palestino (este pontilhado de diversos assentamentos judeus civis e militares) durante a guerra em Gaza, que se aproxima de completar cinco meses. Segundo autoridades palestinas, a operação israelense, descrito como o maior ataque à cidade em anos, matou um jovem de 16 anos em um campo de refugiados.
De acordo com a agência de notícias Reuters, testemunhas em Ramallah relataram que soldados de Israel entraram com dezenas de veículos militares na cidade, que é a sede da Autoridade Palestina, órgão palestino de autogoverno reconhecido internacionalmente.
A agência de notícias palestina WAFA informou que, durante a madrugada, o exército israelense invadiu o campo de refugiados Al-Amari, perto de Ramallah. Durante o ataque, “balas reais foram disparadas contra jovens palestinos”, disse a WAFA. Um deles era Mustafa Abu Shalbak, de 16 anos, que teria sido atingido no pescoço e no peito.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde na Cisjordânia afirmou que Abu Shalbak morreu devido aos ferimentos, e responsabilizou Tel Aviv pelo ocorrido. Os militares israelenses não comentaram o incidente, por enquanto.
Tensões em alta
Em paralelo à guerra em Gaza, também aumentou a violência em toda a Cisjordânia. Desde que começou o conflito, em 7 de outubro do ano passado, pelo menos 400 palestinos foram mortos em confrontos com soldados e colonos israelenses.
Além disso, Israel realizou ataques regulares contra áreas palestinas em todo o território que tomou na Guerra dos Seis Dias, em 1967 – e deveria ter devolvido aos palestinos, segundo os Acordos de Oslo.
Série de operações
Também nesta segunda, testemunhas afirmaram à Reuters que forças israelenses destruíram uma das principais vias na cidade de Tulkarm, na Cisjordânia, durante uma operação no local. A WAFA informou ainda que as forças israelenses invadiram Nablus, outra cidade na Cisjordânia, e dinamitaram a casa de um homem acusado por Israel de realizar um ataque terrorista em abril.
O homem em questão, Moaz al-Masri, já havia sido assassinado por forças israelenses em maio passado, também em Nablus.
No total, segundo a ONG Clube dos Prisioneiros Palestinos, as forças israelenses prenderam pelo menos 55 palestinos em ataques na Cisjordânia durante a noite.