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Israel é um ‘tumor’ na Palestina, diz líder supremo do Irã

Em nova onda de ataques nesta semana, o aiatolá Ali Khamenei defende 'qualquer país' que se oponha a Netanyahu e compara a questão Palestina ao apartheid

Por Da Redação
22 Maio 2020, 18h54

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, comparou nesta sexta-feira, 22, o governo de Israel a um “tumor cancerígino” em discurso sobre a situação do conflito na região da Palestina. Khamenei tem intensificado suas provocações ao Estado judeu, governado pelo premiê, Benjamin Netanyahu, desde a apresentação pelos Estados Unidos de um “plano de paz” que prevê a anexação de territórios palestinos por Israel.

“A insurreição dos palestinos deveria continuar… Lutar para libertar a Palestina é uma obrigação e uma jihad islâmica”, disse Khamenei em seu discurso desta sexta-feira, em homenagem ao Dia de Jerusalém.

“O regime sionista é um tumor cancerígeno na região. O vírus duradouro dos sionistas será eliminado”, acrescentou Khamenei , referindo-se ao usado desde o século XIX para caracterizar uma diversidade de correntes políticas e culturais que, em geral, compartilham entre si a visão de que a Terra de Israel, cujos limites não são uma unanimidade entre os sionistas, pertence ao povo judeu.

O Dia de Jerusalém que, segundo o governo iraniano, é uma demonstração de apoio do Irã ao povo palestino e à soberania do Estado da Palestina — é comemorado no país persa desde 1979, quando a Revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini instalou o atual regime teocrático iraniano.

Ainda nesta semana, Khamenei havia provocado o Estado de Israel na quarta-feira 20, quando afirmou que defenderia “qualquer país ou grupo” que se opusesse ao “regime sionista”. “Vamos apoiar e ajudar qualquer nação ou grupo em qualquer lugar que se oponha e lute contra o regime sionista, e não hesitamos em dizer isso”, publicou Khamenei em sua conta oficial no Twitter, que, porém, ainda não foi verificada pelo Twitter.

Khamenei ressalvou que seus comentários sobre o “regime sionista” não devem ser entendidos como um ataque aos judeus. “Eliminar o regime sionista não significa eliminar os judeus. Nós não somos contra judeus. [Eliminar o regime sionista] significa que os palestinos muçulmanos, cristãos e judeus escolham seu próprio governo e expulsem bandidos como Netanyahu.”, tuitou o aiatolá.

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O líder supremo do Irã ainda comparou o governo de Israel ao regime segregacionista do apartheid, instalado na África do Sul entre 1948 e o início da década de 1990.

“Assim como o povo da África do Sul eliminou o regime do Apartheid, o regime sionista também cairá. Este regime totalmente racista, usurpador, malicioso, falso, do apartheid também entrará em colapso”, tuitou Khamenei na quinta-feira 21. “O único remédio até a remoção do regime sionista é a firme resistência armada”, acrescentou.

 

Anexação da Palestina

Khamenei, porém, não é o primeiro líder político a associar a política do governo israelense ao apartheid. Cerca de cinquenta ex-ministros das Relações Exteriores de países da Europa, dentre outras lideranças políticas do velho continente, assinaram uma carta aberta em 27 de fevereiro comparando o apartheid o “Negócio do Século”, o projeto de paz para a Palestina endossado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo governo israelense.

“O plano prevê uma formalização da realidade atual, na qual dois povos vivem lado a lado sem direitos iguais. Tal resultado tem características semelhantes ao do Apartheid”, diz a carta aberta.

O projeto americano prevê, em especial, a anexação por Israel de partes da Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967 pelo Estado hebreu. Segundo o acordo firmado entre Netanyahu e o líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz, que estabeleceu no início de maio o atual governo israelense, Israel deve apresentar, a partir de 1º de julho, um planejamento para pôr em prática o plano dos Estados Unidos.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, fez na quarta-feira 13 uma rápida visita a Jerusalém para discutir o assunto em particular com Netanyahu, Gantz e o futuro chefe da diplomacia israelense, Gabi Ashkenazi. Apesar de se terem filtrado muito poucos elementos destas conversas, as “diretrizes” do próximo governo não mencionam especificamente “a anexação”, e sim fazem referência à necessidade de “fortalecer a segurança nacional e trabalhar pela paz”.

O governo israelense afirma, sobretudo, querer se concentrar em “reforçar a economia e aumentar a competitividade” em um contexto de desconfinamento.  Devido à crise da Covid-19, o desemprego em Israel decolou de 3,4% para 27%.

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(Com Reuters)

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