Pouco mais de um dia depois do acordo de cessar-fogo entre Israel e a milícia libanesa Hezbollah entrar em vigor no Líbano, ambos se acusaram nesta quinta-feira, 28, de violar a trégua.
Os militares israelenses alegaram que supostos veículos suspeitos violaram o cessar-fogo ao se dirigirem à várias áreas no sul do Líbano, desrespeitando o acordo que exigia a retirada dos membros do Hezbollah e o posicionamento do Exército nacional na região.
O legislador do Hezbollah, Hassan Fadlallah, por sua vez, acusou Israel de atingir pessoas que retornavam às suas casas no sul do Líbano. “O inimigo israelense está atacando aqueles que retornam às aldeias fronteiriças”, disse ele, acrescentando que “há violações hoje por Israel”.
Poucos minutos após o início do cessar-fogo, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) haviam pedido aos moradores do sul do Líbano para que ainda não “se dirijam às aldeias que as IDF ordenaram que fossem esvaziadas” ou às áreas onde as forças israelenses ainda estão fixadas por questões de segurança.
+ Trégua entre Israel e Hezbollah entra em vigor e libaneses começam a voltar para casa
O cessar-fogo entre Israel e a milícia libanesa entrou em vigor nesta quarta-feira, depois que ambos os lados aprovaram o acordo mediado pelos Estados Unidos e pela França após mais de um ano de conflito.
Novos ataques
Na quinta-feira, tanques israelenses dispararam contra seis áreas próximas à fronteira entre Israel e Líbano, atingindo Markaba, Wazzani e Kfarchouba, Khiyam, Taybe e as planícies agrícolas ao redor de Marjayoun, de acordo com a mídia estatal e fontes de segurança libanesas. Uma das fontes de segurança libanesas disse que duas pessoas ficaram feridas em Markaba.
Milhares de pessoas haviam começado a voltar para suas casas no sul do Líbano na quarta-feira, mas tropas israelenses e drones de vigilância permanecem no território.
O Hezbollah disse que seus combatentes “permanecem totalmente equipados para lidar com as aspirações e ataques do inimigo israelense” e que suas forças monitorarão a retirada de Israel do Líbano “com as mãos no gatilho”.