Israel dificultou libertação de Shalit, diz número 2 do Hamas
Segundo Marzouk, atraso de dois anos se deve à troca de mediação do acordo
O número dois do movimento islamita palestino Hamas, Moussa Abu Marzouk, disse nesta terça-feira que Israel dificultou o acordo para a libertação do soldado Gilad Shalit durante dois anos por suspender a mediação egípcia em favor de uma alemã. “Israel recorreu nesses dois anos a muitas manipulações para conseguir a libertação de Shalit, que não deram resultado”, declarou Marzouk à TV estatal do Egito.
Entenda o caso
- • Israel libertou 477 presos palestinos que formam o primeiro contingente de um total de 1.027 que serão soltos, conforme acordo de troca fixado com o Hamas.
- • Em contrapartida, o grupo palestino soltou o soldado israelense Gilad Shali, que era mantido refém desde junho de 2006.
- • Pelo menos 200 prisioneiros palestinos não retornarão a suas casas na Cisjordânia ou Jerusalém Oriental por serem considerados muito perigosos – a maioria cumpre pena perpétua por assassinato.
Do lado egípcio da passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, o responsável do escritório político do Hamas ressaltou o papel da mediação egípcia, que supervisionou o diálogo entre as partes desde o início. “Esse acordo foi alcançado graças ao esforço egípcio”, agradeceu Marzouk, que negou que haja cláusulas secretas no pacto entre Israel e Hamas.
O palestino explicou que, segundo o acordo, Israel deve anular todas as restrições que impôs à entrada de mercadorias na Faixa de Gaza após a captura de Shalit, em 25 junho de 2006. Além disso, mostrou-se orgulhoso pela libertação de parte dos 1.027 presos palestinos trocados pelo soldado israelense e pediu a Israel que liberte todos os palestinos presos. “Nós temos o direito a utilizar todos os meios de comunicação para libertar nossos detidos das prisões israelenses”, afirmou Marzouk.
(Com agência EFE)