Uma intensa série de ataques aéreos israelenses contra a cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano, deixou ao menos seis mortos e 43 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês nesta quarta-feira, 16. Projéteis atingiram um prédio da administração municipal enquanto representantes políticos participavam de uma reunião.
A governadora de Nabatiyeh, Howaida Turk, confirmou que o prefeito da cidade, Ahmad Kahil, estava entre os mortos, dizendo se tratar de um “massacre”. À agência de notícias AFP, testemunhas afirmaram que, dos onze bombardeios que atingiram a cidade, nove deles aconteceram em um espaço de apenas trinta minutos, criando uma espécie de “cinturão de fogo” na área.
+ Mais de 25% da população do Líbano recebeu ordens de Israel para deixar suas casas
Imagens obtidas pela agência também mostraram várias colunas de fumaça cinza subindo de Nabatiyeh após os ataques consecutivos. No sábado, ataques israelenses já haviam arrasado o principal mercado da cidade e feriram oito pessoas, disse o Ministério da Saúde.
Em um comunicado, as Forças Armadas israelenses afirmaram que os ataques contra Nabatiyeh foram disparados com o objetivo de atingir uma rede de infraestrutura do Hezbollah, incluindo prédios militares, quartéis-generais e depósitos de armas.
Desde que Israel deu início a uma invasão no sul do Líbano, há duas semanas, militares têm emitido avisos exigindo que os residentes de diversas regiões do país deixem suas casas, principalmente no Vale do Bekaa, no leste, nos subúrbios da capital, Beirute, e no sul. Como consequência, mais de 25% da população do Líbano recebeu ordens para que deixassem suas casas.
Israel afirma que as regiões que estão sob ordem de retirada são redutos do Hezbollah e que sua operação no Líbano tem como objetivo garantir o retorno dos moradores do norte de Israel que foram forçados a deixar suas casas devido aos ataques da milícia libanesa.
Mais cedo nesta semana, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel intensificará os ataques contra o Hezbollah em “todas as partes do Líbano, incluindo Beirute”. Durante uma visita a uma base militar que foi alvo de drones do Hezbollah, Netanyahu afirmou: “Estamos enfrentando uma campanha difícil e pagamos preços dolorosos, mas continuaremos nossa luta contra o Hezbollah sem limites”.
Segundo o governo libanês, ataques israelenses resultaram na morte de pelo menos 2.309 pessoas no Líbano no último ano, sendo a maioria das vítimas registradas desde o final de setembro, quando Israel expandiu sua campanha militar. Esse número não faz distinção entre civis e combatentes. Israel alega que suas operações no Líbano visam garantir o retorno de dezenas de milhares de pessoas deslocadas em seu próprio território no norte do país.