Israel bloqueia fronteiras com territórios palestinos
Evento religioso e ataque ocorrido em assentamento na semana passada motivaram decisão de fechamento das fronteiras com Gaza e Cisjordânia por onze dias
As autoridades israelenses bloquearam nesta quarta-feira todas as fronteiras entre o país e os territórios palestinos. A medida ficará em vigor pelos próximos onze dias, período no qual acontecem as festividades judaicas do Sucot, e afetará os cerca de quatro milhões de habitantes da Cisjordânia e de Gaza, muitos dos quais transitam e trabalham diariamente em Israel.
O ministro de Defesa israelense, Avigdor Lieberman, havia anunciado a medida nesta segunda-feira e afirmou que apenas “casos excepcionais, de urgência médica e humanitária” terão a passagem liberada, mediante a aprovação do órgão militar que controla a entrada no território israelense. Jornalistas também podem circular por toda a região entre hoje e o dia 14, quando acaba o período de restrição à entrada de cidadãos palestinos em Israel.
O fechamento das fronteiras de Israel com os territórios palestinos é visto como uma prática relativamente comum durante as festividades religiosas judaicas, mas o padrão é que a medida seja aplicada apenas ao primeiro e último dia de celebrações. A decisão de manter a restrição de movimento durante todo o período foi tomada, segundo informam jornais israelenses, após um palestino matar três israelenses na entrada de um assentamento na Cisjordânia.
O bloqueio relacionado às celebrações do Sucot, período no qual judeus relembram o êxodo dos hebreus no deserto após deixarem o Egito, acontece em meio às conversas de reconciliação entre o Fatah, a liderança palestina na Cisjordânia, e o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza. O encontro comandado pelo primeiro-ministro palestino Rami al-Hamdallah, o primeiro entre os grupos em três anos, visa a criação de um governo palestino unificado.