As Forças Armadas de Israel bloquearam exportações agrícolas dos territórios palestinos no domingo 9, na mais recente escalada de uma guerra comercial que já dura quatro meses. O conflito ocorre em meio a temores de renovada violência na região por causa de um controverso plano de paz para o Oriente Médio elaborado pelos Estados Unidos e endossado por Israel.
O ministro da Defesa Naftali Bennett ordenou a proibição da travessia terrestre de produtos palestinos para a Jordânia, única rota direta de exportação do território da Cisjordânia para outros países. A Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, disse que as forças israelenses nos postos de controle bloquearam remessas de vegetais.
A disputa comercial eclodiu em setembro, quando palestinos pararam de importar carne de Israel. A Autoridade Palestina alegou que a maioria desse produto tinha outra procedência. Portanto, seria melhor importar diretamente do exterior e diminuir a dependência econômica dos territórios palestinos em relação a Israel. Em represália, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, bloqueou o seu comércio com os territórios palestinos.
O vice-ministro da Economia palestino, Tariq Abu Laban, disse à agência de notícias palestina WAFA que a recente proibição de Israel foi uma retaliação essa iniciativa. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações de vegetais para Israel somaram 88 milhões de dólares no ano passado, equivalente a 68% das exportações totais de vegetais da Cisjordânia.
A disputa encontra-se em um beco sem saída. A Palestina diz que só tem o intuito de pressionar Israel as revogar as proibições, enquanto Israel afirma que o comércio normal será restaurado quando palestinos voltarem atrás sobre a importação de gado, que iniciou a crise. A disputa está em um beco sem saída. A Palestina diz que tem o intuito de pressionar Israel a revogar as proibições, enquanto Israel afirma que o comércio normal será restaurado quando os palestinos voltarem atrás sobre a importação de gado.
Tensões no plano de paz
A crise comercial ocorre em meio a uma onda de violência gerada pela rejeição dos palestinos ao projeto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a paz no Oriente Médio. Não convidada para as negociações nem consultada, a Autoridade Palestina rejeitou o plano.
Entre as propostas de Trump está Jerusalém como capital oficial de Israel, a legitimação das Colinas de Golã como território israelense e o reconhecimento dos assentamentos israelenses em terras palestinas. Uma semana de protestos na Palestina contra essas propostas culminou na quinta-feira 6 com um ataque a soldados israelenses, que deixou mais de uma dúzia de feridos, e confrontos em que quatro palestinos foram mortos.