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Israel bloqueia exportações palestinas e intensifica guerra comercial

Disputa eclodiu em setembro, mas se acirrou com a proposta dos Estados Unidos de um plano de paz, rejeitado pela Autoridade Palestina

Por Da Redação
10 fev 2020, 21h06
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  • As Forças Armadas de Israel bloquearam exportações agrícolas dos territórios palestinos no domingo 9, na mais recente escalada de uma guerra comercial que já dura quatro meses. O conflito ocorre em meio a temores de renovada violência na região por causa de um controverso plano de paz para o Oriente Médio elaborado pelos Estados Unidos e endossado por Israel.

    O ministro da Defesa Naftali Bennett ordenou a proibição da travessia terrestre de produtos palestinos para a Jordânia, única rota direta de exportação do território da Cisjordânia para outros países. A Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, disse que as forças israelenses nos postos de controle bloquearam remessas de vegetais.

    Mapa Oriente Médio
    Proibição de produtos palestinos em Israel impede escoamento de exportações da região para o resto do mundo – 10/02/2020 (Google Maps/Reprodução)

    A disputa comercial eclodiu em setembro, quando palestinos pararam de importar carne de Israel. A Autoridade Palestina alegou que a maioria desse produto tinha outra procedência. Portanto, seria melhor importar diretamente do exterior e diminuir a dependência econômica dos territórios palestinos em relação a Israel. Em represália, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, bloqueou o seu comércio com os territórios palestinos.

    O vice-ministro da Economia palestino, Tariq Abu Laban, disse à agência de notícias palestina WAFA que a recente proibição de Israel foi uma retaliação essa iniciativa. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações de vegetais para Israel somaram 88 milhões de dólares no ano passado, equivalente a 68% das exportações totais de vegetais da Cisjordânia.

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    A disputa encontra-se em um beco sem saída. A Palestina diz que só tem o intuito de pressionar Israel as revogar as proibições, enquanto Israel afirma que o comércio normal será restaurado quando palestinos voltarem atrás sobre a importação de gado, que iniciou a crise. A disputa está em um beco sem saída. A Palestina diz que  tem o intuito de pressionar Israel a revogar as proibições, enquanto Israel afirma que o comércio normal será restaurado quando os palestinos voltarem atrás sobre a importação de gado.

     

    Tensões no plano de paz

    A crise comercial ocorre em meio a uma onda de violência gerada pela rejeição dos palestinos ao projeto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a paz no Oriente Médio. Não convidada para as negociações nem consultada, a Autoridade Palestina rejeitou o plano.

    Entre as propostas de Trump está Jerusalém como capital oficial de Israel, a legitimação das Colinas de Golã como território israelense e o reconhecimento dos assentamentos israelenses em terras palestinas. Uma semana de protestos na Palestina contra essas propostas culminou na quinta-feira 6 com um ataque a soldados israelenses, que deixou mais de uma dúzia de feridos, e confrontos em que quatro palestinos foram mortos.

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