O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta segunda-feira, 30, que a “próxima etapa da guerra contra o Hezbollah começará em breve”, à medida que o número de mortos em ataques israelenses ao Líbano ultrapassa a marca de 1.600 pessoas, incluindo 104 crianças. A declaração ocorre dias após as Forças de Defesa de Israel (FDI) matarem o líder da milícia libanesa, Hassan Nasrallah, em ataque a Beirute.
Pouco antes dos comentários de Gallant, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo e seus combatentes estão prontos para qualquer invasão terrestre de Israel ao Líbano. Com a morte de Nasrallah e de outras autoridades seniores, Qassem afirmou que a milícia libanesa escolherá novos nomes para preencher os cargos de liderança “o mais rápido possível”.
“Estamos prontos para caso os israelenses decidam entrar por terra, nossas forças de resistência estão prontas para um combate terrestre”, disse Qassem. “Nós venceremos como vencemos na libertação de 2006 diante do inimigo israelense”, completou, referindo-se ao último grande conflito entre os dois inimigos.
+ Hezbollah diz estar pronto para qualquer invasão terrestre de Israel ao Líbano
Aumento da tensão
As ameaças de Gallant marcam a escalada das tensões entre Israel e Hezbollah, que trocam tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado. A instabilidade na região foi agravada na semana passada após uma série de pagers, principal forma de comunicação da milícia libanesa, e walkie-talkies explodirem no Líbano, em ataque atribuído ao governo israelense.
Em meio ao aumento da violência, Israel rejeitou uma proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, apresentada pelos Estados Unidos, França e um grupo de países, na última quinta-feira, 26. O plano pedia uma suspensão imediata nas hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla.
Ataques no Líbano
Na véspera ao anúncio da Gallant, o Ministério da Saúde do Líbano alertou, em comunicado, que tropas israelenses “aumentaram os seus ataques aos paramédicos e aos centros de saúde” e que “esta série de ataques levou ao martírio de quatorze paramédicos em dois dias”. A nota também condenou “nos termos mais veementes os repetidos ataques do inimigo israelita aos centros de saúde, que desrespeitam as leis e normas internacionais, especialmente a Convenção de Genebra”.
“Sabe-se que os paramédicos não participam de operações militares. Eles transportam os mártires para o seu funeral até o local de descanso final e enfaixam os ferimentos dos feridos até levá-los aos hospitais. Israel quer que o sangue flua sem parar? Onde está a comunidade internacional e a sua responsabilidade de pôr fim a este agravamento do genocídio?”, questionou o Ministério da Saúde libanês.