Israel anuncia novas operações no Líbano e Hezbollah lança pior ataque contra Haifa
Série de ataques também foi realizada em Beirute, capital do Líbano; ao menos 105 mísseis foram disparados contra Haifa, terceiro maior centro urbano de Israel
As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram nesta terça-feira, 8, a expansão de “operações limitadas, localizadas e direcionadas” para o sudoeste do Líbano, em meio à escalada de tensão com a milícia libanesa Hezbollah. Poucas horas depois do comunicado, integrantes do grupo lançaram o pior ataque contra a cidade de Haifa, terceiro maior centro urbano de Israel, com ao menos 105 mísseis. Parte deles foi interceptada pelas FDI.
Para a ampliação das operações no Líbano, Israel destacou a 146ª Divisão, que antes operava ao norte, como “parte das operações em andamento contra o Hezbollah”. A unidade de reserva, que trabalhará com a 213ª Brigada de Artilharia, também atuou na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Estima-se que cerca de 15 mil militares israelenses atuem no território libanês, de acordo com o jornal The Times of Israel.
Uma série de ataques também foi realizada em Beirute, capital do Líbano, onde estaria suposto maior reduto do Hezbollah no país, segundo o Exército israelense. As explosões miraram bairros densamente povoados ao sul da cidade. Israel alega que o grupo libanês utiliza-se de áreas residenciais como cobertura.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), por sua vez, considera crimes de guerra qualquer agressão contra infraestruturas civis, como “hospitais, monumentos históricos ou edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou propósitos de caridade”. Desde o intensificação das operações no Líbano, há mais de duas semanas, foram relatados ataques contra dois hospitais e em mesquitas.
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Ataques do Hezbollah
Ainda nesta segunda-feira, cerca de 105 mísseis foram lançados a partir do Líbano, em dois pacotes, informaram as FDI. Dos foguetes, 105 tinham como alvo Haifa e 25, a região da Galileia. A maior parte deles caíram áreas abertas ou foi interceptada, mas dois prédios em Kiryat Yam e Kiryat Motzkin foram atingidos. Não há informações sobre mortos.
A expansão das operações no Líbano também foi acompanhada do anúncio do ministro da Defesa, Yoav Gallant, de que o alto funcionário do Hezbollah, Hashem Safieddine, possível sucessor na cadeia de comando da milícia, “provavelmente” foi morto na semana passada. Segundo Gallant, “não há ninguém para tomar decisões, ninguém para agir” na liderança do Hezbollah.
“As ações que estamos tomando estão sendo observadas em todo o Oriente Médio. Quando a fumaça no Líbano se dissipar, eles perceberão no Irã que perderam seu bem mais valioso, que é o Hezbollah”, acrescentou ele.