Irã cumpre novamente termos do acordo nuclear de 2015, diz agência
Apesar do aumento de volume de urânico enriquecido, Teerã ainda respeita o acordo de 2015; EUA rejeitam resultado e mantêm sanções econômicas
O Irã continua a cumprir as restrições estabelecidas pelo acordo nuclear assinado em 2015, informou nesta sexta-feira, 31, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, na Áustria. Há três semanas, o governo iraniano anunciou que abandonaria parte das obrigações – o que não veio a executar até o momento. Os Estados Unidos se desligaram do acordo em 2018.
Desde o último relatório dos especialistas da AIEA, divulgado em 22 de fevereiro, o país manteve os níveis de enriquecimento de urânio abaixo dos permitidos em pureza (3,67%) e quantidade máxima (300 quilos). Desde a assinatura do acordo, os relatórios têm confirmado o respeito de Teerã aos termos do acordo, o que não impediu aos Estados Unidos duvidar desses resultados e reaplicar as sanções econômicas contra o país, sobretudo ao seu setor petrolífero.
Além disso, as reservas de água pesada, que serve para produzir plutônio, um material que pode ser utilizado para uma bomba nuclear, continua abaixo das 130 toneladas permitidas pelo acordo de 2015.
O mais recente relatório, com seis páginas, destaca de forma explícita que o Irã “não enriqueceu urânio acima de 3,67%”. Nesse nível, o urânio enriquecido serve apenas para fabricar combustível nuclear para atividades com fins civis e pacíficos. Acima de 90%, pode ser usado na fabricação de armamentos nucleares.
“Ao longo do período de relatório, as reservas totais de urânio enriquecido não superaram os 300 quilos”, afirmaram os especialistas da AIEA, encarregados de monitorar o cumprimento do acordo.
O Irã aumentou levemente o nível das reservas de urânio enriquecido, ainda dentro do limite permitido, ao passar a produzir de 163,8 quilos, em fevereiro, para 174,1 em 20 de maio. A decisão foi previamente informada à AIEA e aos demais signatários do acordo. Os Estados Unidos anunciaram que vão impor sanções econômicas adicionais ao país.
Por outro lado, o país segue aplicando de forma voluntária o chamado “protocolo adicional” do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que permite inspeções invasivas e sem aviso prévio, inclusive nas instalações militares.
Em geral, o relatório confirma que o Irã segue cumprindo todos os pontos do acordo assinado em 2015 com Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. O pacto, negociado durante quase dois anos, estipula limitações ao programa atômico iraniano por períodos de entre dez e 25 anos e prevê a suspensão de sanções econômicas ao país.
(Com EFE)