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Inspetores da ONU chegam a usina nuclear em crise na Ucrânia

Ataques repetidos dentro e ao redor de Zaporizhzhia – controlada pelos russos, mas operada por ucranianos – levantaram temores de uma catástrofe nuclear

Por Da Redação
Atualizado em 1 set 2022, 09h35 - Publicado em 1 set 2022, 09h28
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  • Uma equipe de inspetores das Nações Unidas chegou à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, nesta quinta-feira, 1, depois de cruzar a linha de frente entre as forças russas e ucranianas, onde ocorrem bombardeios que intensificam riscos de um acidente nuclear.

    “A missão da AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] chegou” na usina, disse a empresa de energia nuclear ucraniana, Energoatom. Um comboio de nove veículos SUV blindados entrou no complexo, informou a agência de notícias russa Interfax.

    Quando o comboio partiu para a usina na manhã desta quinta morteiros (lançadores de granadas) russos atingiram a usina, disse a Energoatom, causando falhas no equipamento que forçaram o desligamento de um reator e a ativação de geradores de emergência em outro.

    A extensão dos danos dos ataques não ficou clara. Não houve relatos de níveis elevados de radiação ao redor da instalação. No entanto, semanas de ataques repetidos dentro e ao redor da usina – controlada por forças russas, mas operada por engenheiros ucranianos – levantaram temores de uma catástrofe nuclear.

    A urgência da ameaça levou a equipe das Nações Unidas, que inclui 14 especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica, a tomar a decisão de última hora de viajar para a usina, mesmo com bombardeios ao redor.

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    Nem a Rússia nem a Ucrânia concordaram com um cessar-fogo na região, mas ambos disseram que garantiriam a segurança da missão. Como os ataques continuaram apesar dessas promessas, ambos os exércitos acusaram o outro de atacar a rota em direção à usina e colocar os inspetores das Nações Unidas em perigo.

    “Estamos cientes da situação atual; houve um aumento da atividade militar”, disse Rafael Grossi, o secretário-geral da AIEA, que está liderando a missão.

    Grossi disse que os militares ucranianos o informaram sobre o combate durante a noite perto de sua rota planejada. “Mas pesando os prós e os contras, e tendo chegado tão longe, não vamos parar”, disse ele. “Consideramos que temos as condições mínimas para nos deslocarmos, aceitando que os riscos são muito, muito elevados.”

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    Foram necessárias semanas de negociações para que ambos os lados concordassem com a inspeção, mas não ficou claro quanto tempo os especialistas teriam para visitar a usina. A jornada exigiu que a equipe cruzasse vários postos de controle que separavam os lados ucraniano e russo do campo de batalha.

    Jornalistas estrangeiros não foram autorizados a acompanhar os inspetores, que estão entre os poucos funcionários internacionais que tentaram cruzar a linha de frente desde o início da guerra em fevereiro.

    Na quinta-feira, o chefe ucraniano da região de Zaporizhzhia, Oleksandr Starukh, disse que a equipe da AIEA foi retida por bombardeios russos ao longo da rota de viagem acordada. Ao mesmo tempo, Vladimir Rogov, um funcionário da administração de ocupação do exército russo na região ao redor da usina, acusou a Ucrânia de realizar “bombardeio maciço” em Enerhodar e tentar interromper a missão das Nações Unidas.

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