A inflação na Venezuela chegou a 8.878,1% nos últimos 12 meses, segundo um estudo do Parlamento de maioria opositora divulgado nesta quarta-feira (11).
De acordo com o relatório, o índice de preços em março passado aumentou 67%, abaixo dos 80% relatados pela Assembleia Nacional para fevereiro.
A inflação acumulada nos três primeiros meses de 2018 chegou a 453,7%, disse o presidente da Comissão de Finanças do Legislativo, Rafael Guzmán, em entrevista coletiva.
Os alimentos básicos continuam sendo a categoria que mais pesa sobre a alta do custo de vida – os preços praticamente duplicaram em março – acrescentou Guzmán, que prevê que o índice de abril seja muito maior.
Desde o ano passado, o Parlamento reporta o índice inflacionário diante da falta de dados do governo do presidente Nicolás Maduro, que garante que a inflação é induzida como parte de uma “guerra econômica” para derrubá-lo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a hiperinflação chegará a 13.000% em 2018. A nação também enfrenta uma grave escassez de alimentos e remédios, que já dura anos e obriga muitos venezuelanos a deixar o país.
Especialistas atribuem o alto custo de vida à falta de divisas – controladas pelo Estado – devido à queda da receita com o petróleo e o elevado gasto público com emissão de dinheiro sem lastro.
A venda de divisas para importação de bens e matérias-primas está praticamente congelada pelo governo, o que estimula um mercado negro onde o dólar tem cotação até dez vezes superior em relação à cotação oficial.
(Com AFP)