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Indústria de armas fatura mais de US$ 1 bilhão com violência nos EUA

Relatório revela que empresas lucraram na última década vendendo armamento militar para civis, especialmente homens jovens

Por Da Redação
Atualizado em 27 jul 2022, 15h57 - Publicado em 27 jul 2022, 13h56

Uma investigação realizada pela Câmara dos Estados Unidos revelou nesta quarta-feira, 27, que fabricantes de armas de assalto, definidas como armas semiautomáticas projetada para uso militar, arrecadaram mais de US $ 1 bilhão em receita na última década. As descobertas indicam que a indústria prosperou em meio ao aumento da violência no país, que enfrenta uma escalada de casos de tiroteios em massa.

O relatório, apresentado numa audiência do Capitólio, apontou que armamentos de nível militar, semelhantes aos usados nos recentes massacres, foram vendidos sobretudo a civis jovens do gênero masculino.

+ EUA: Congresso vê tática ‘perturbadora’ da bilionária indústria de armas

O Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara iniciou em maio uma levantamento sobre a fabricação de armamentos no país após os tiroteios em massa ocorridos em uma escola primária do Texas, que matou 19 crianças e dois professores, e um supermercado em Buffalo, que deixou 10 mortos.

+ EUA vão apurar atuação da polícia em massacre à escola primária

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As descobertas indicaram que estratégias de marketing das empresas armamentistas tinham como alvo as inseguranças de homens jovens, incluindo algumas referências veladas a grupos de supremacistas brancos. Segundo o relatório, as fabricantes teriam incitado seus clientes a adquirir armas como forma de “provar sua masculinidade”.

“As práticas comerciais desses fabricantes de armas são profundamente perturbadoras, exploradoras e imprudentes”, disse em comunicado a deputada Carolyn Maloney, democrata de Nova York e presidente do comitê.

+ Por que os EUA têm tantos tiroteios em massa?

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A parlamentar acusou empresas como a Daniel Defense, Sig Sauer, Smith & Wesson e Sturm, Ruger & Company de terem lucrado com atiradores em massa sem tomar medidas básicas de monitoramento das mortes causadas por seus produtos.

A Ruger, maior fabricante de rifles do país, informou que seus ganhos brutos com fuzis estilo AR-15 quase triplicaram de 2019 a 2021, aumentando para mais de US$ 103 milhões (R$ 546 milhões). Os produtos da empresa foram usados ​​por atiradores em Sutherland Springs, no Texas, em 2017 e Boulder, no Colorado, em 2021.

Segundo o relatório, os lucros da Daniel Defense também cresceram de US$ 40 milhões (R$ 212 milhões) para US$ 120 milhões (R$ 636 milhões) entre 2019 a 2021.

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A Smith & Wesson, que vendeu a arma usada no massacre deste 4 de julho em Highland Park, Illinois, também dobrou a a arrecadação nos últimos dois anos.

+ Mais um massacre nos Estados Unidos. Até quando?

O comitê do Congresso ouvirá ainda nesta quarta-feira os depoimentos de Christopher Killoy, presidente e executivo-chefe da Sturm, Ruger & Company, e Marty Daniel, executivo-chefe da Daniel Defense.

A Câmara fará uma votação na sexta-feira, 29, pela proibição de armas de assalto pela primeira vez desde 1994. A medida tem chances de passar na casa legislativa mais baixa, mas ainda precisará da aprovação no Senado para virar lei. Com 50 senadores democratas, será necessário o apoio de pelo menos 10 republicanos – que, ao que tudo indica, não existe.

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