Os confrontos entre Índia e Paquistão cessaram nesta sexta-feira após dias de trocas de salvas de artilharia e de tiros pela disputada região fronteiriça da Caxemira, nos episódios mais tensos entre os rivais, que possuem armas nucleares, em mais de uma década. O conflito deixou dezessete civis mortos. A trégua aconteceu no mesmo dia em que, em um ato carregado de simbolismo, o Prêmio Nobel da Paz deste ano foi concedido a um indiano e a uma paquistanesa – Kailash Satyarth e Malala Yousafzai, respectivamente.
Apesar do crescimento das tensões, o Paquistão informou que a guerra com a Índia não é uma opção e que ambos os lados têm de trabalhar para tentar encerrar o conflito. Desde sua divisão há 67 anos, os dois países lutaram um contra o outro em três guerras, duas delas pela Caxemira. Não há uma guerra aberta desde que ambos testaram armas nucleares em 1998.
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“Esteve calmo ao longo da fronteira de Jammu durante a noite, não houve tiros em nenhum setor”, disse Uttam Chand, um policial indiano, referindo-se à região sul da Caxemira, predominantemente hindu. Este é o primeiro grande conflito com o Paquistão com que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, tem de lidar desde que foi eleito neste ano. O embate acontece após semanas de protestos contra o governo do Paquistão e a apenas alguns dias antes das eleições estaduais indianas.
Ambas as potências nucleares reivindicam toda a área das montanhas da Caxemira, repleta de férteis vales e que é um grande foco de tensão no sul da Ásia. Eles culpam um ao outro pelo começo das mais recentes hostilidades. O ministro da Defesa indiano, Arun Jaitley, chamou o Paquistão de “agressor” e acusou o vizinho de realizar ataques não provocados sobre a área controlada pela Índia na Caxemira. Ele havia ameaçado desencadear uma pesada retaliação. “Se o Paquistão persistir com sua aventura, então nossas forças continuarão a lutar”, disse Jaitley nesta quinta em uma coletiva de imprensa em Nova Délhi.
(Com agências Reuters e EFE)