A polícia de Hong Kong usou gás de pimenta nesta quarta-feira, 27, para dispersar uma centena de manifestantes pró-democracia em um bairro comercial da cidade, pouco antes do início do debate de um projeto de lei contra a dissidência que pode aumentar a interferência da China no território autônomo.
Os manifestantes se concentraram ao meio-dia e foram dispersados pelas forças de segurança. A polícia local tem adotado uma política de zero tolerância contra as manifestações, enquanto a ilha ainda se recupera da pandemia de coronavírus.
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Clique e AssineAo mesmo tempo, o Conselho Legislativo (LegCo) de Hong Kong debate uma outra proposta para penalizar qualquer ofensa ao hino nacional chinês. Segundo o movimento pró-democracia, a medida viola a liberdade de expressão.
Os manifestantes convocaram uma grande ato para esta quarta-feira, dia do debate da lei, que pune com até três anos de prisão o desrespeito ao hino. Desde a manhã desta quarta, policiais revistavam jovens nas estações de metrô no centro da cidade.
Na sexta-feira 22, Pequim já havia anunciado suas intenções de impor uma nova legislação de segurança nacional no território autônomo. Especialistas classificaram a medida como a maior interferência chinesa no território autônomo desde que a ilha deixou de ter mandato britânico.
A lei prevê que Hong Kong adote em sua Lei Básica normas para proibir “qualquer ato de traição, separação, rebelião e subversão” contra o Estado chinês, além da interferência estrangeira na região. Ou seja, dissidências que ameaçam o domínio do partido serão fácil e rapidamente punidas.
A medida ainda abre as portas para que o Exército de Libertação do Povo intervenha mais diretamente na região, por meio da instalação de escritórios e agências governamentais chinesas de segurança. O projeto de lei foi anunciado durante a sessão anual do Congresso Nacional do Povo, e será imposto sem votação no Parlamento local.
(Com AFP)