Hong Kong anuncia medidas mais duras de restrição contra a Covid-19
Total de casos nas últimas duas semanas chegou a 2.600 contra apenas dois em todo o mês de dezembro
O governo de Hong Kong anunciou nesta terça-feira, 8, que irá adotar novas medidas de restrição para conter o avanço da Covid-19. Nos últimos dias, a região tem registrado cerca de 600 infecções diárias. Essas serão as maiores restrições no território desde o início da pandemia.
De acordo com a chefe do executivo, Carrie Lam, estão proibidas reuniões com mais de duas famílias em instalações privadas. Em locais públicos, a quantidade se restringe a duas pessoas.
Salões de beleza, locais de culto e comércios não essenciais permanecerão fechados até 24 de fevereiro. A partir desta data, o governo irá lançar um passe de vacina que será exigido para entrar em shoppings, mercados e restaurantes.
“Chegou a hora de Hong Kong tomar medidas duras. Estamos adotando-as para proteger a nossa população. Peço a todos que se juntem a nós na luta contra o vírus. Por favor, evitem ao máximo sair de suas casas”, disse Lam em entrevista coletiva.
A adoção das novas medidas ocorre em meio a uma nova onda de casos de Covid-19 impulsionada pela variante ômicron. Nesta terça, foram registrados 625 da doença em todo o território. Nas últimas duas semanas, o total de infecções foi de 2.600; em dezembro, apenas duas pessoas foram diagnosticadas com o coronavírus.
A alta taxa de infectados está prejudicando diretamente o fornecimento de vegetais para o território, depois que vários motoristas de caminhão que trazem produtos da China continental testaram positivo. Nesta terça, foi entregue cerca de um terço da quantidade do dia anterior.
Muitos mercados tiveram suas prateleiras esvaziadas pela multidão que buscava estocar os vegetais disponíveis. Em outros, os produtos eram vendidos pelo dobro do preço.
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A estratégia de Covid zero adotada pelo governo de Hong Kong está alinhada com o restante da China, que tem como objetivo zerar totalmente a propagação do coronavírus ao invés de conviver com ele em níveis baixos de transmissão.
Uma das medidas consiste em impor bloqueios em prédios residenciais em que houver casos de infecção e refeições públicas estão proibidas após as 18h. A chefe do executivo disse que as novas normas permanecerão em vigor até que as taxas de vacinação aumentem.
“Continuaremos seguindo a estratégia de contenção total do vírus. Mas quando o número de vacinados aumentar e a ômicron começar a perder força, é claro que iremos rever nossos planos”, afirmou.
Para aliviar a situação econômica, o governo afirmou que irá realizar uma nova rodada de subsídios – a sexta desde o início da pandemia –, totalizando 26 bilhões de dólares de Hong Kong para empresas e indivíduos afetados pelo bloqueio.
Aqueles que perderam o emprego de maneira temporária receberão um pagamento único de 1.300 dólares. Já os trabalhadores da linha de frente, como faxineiros, guardas e funcionários de aeroportos receberão cerca de 250 dólares mensais durante cinco meses.
Além do custo econômico, o fator psicológico tem sido ponto de crítica. Especialistas de saúde apontam que a estratégia atual de se isolar do mundo ao invés de lidar com o vírus é insustentável. Segundo médicos locais, famílias de baixa renda e aquelas em que as crianças não podem ir à escola, o risco de problemas de saúde mental são altos.
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