Um grupo de motoqueiros armados atacou dois vilarejos na região central de Mali na noite desta segunda-feira 18, matando ao menos 41 pessoas. Os conflitos étnicos no país vêm aumentando nos últimos meses, quando dezenas de pessoas do povo dogom foram mortas.
Issiaka Ganame, prefeito de Yoro, disse que 24 moradores morreram durante a noite no vilarejo. Na cidade vizinha de Gangafani, os atiradores deixaram 17 mortos.
Uma fonte militar, contudo, afirmou à agência de notícias AFP que o número total de pessoas mortas é 20. Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
A maioria das vítimas pertencia à etnia dogom, um grupo que habita a região central do Mali e é conhecido por suas tradições religiosas, danças com máscaras e esculturas de madeira. Os membros dessa comunidade são, em sua maioria, agricultores.
Dezenas de civis dogons foram mortos nos últimos meses em confrontos com grupos da etnia fula (também conhecidos como peuls). Na semana passada, um massacre na região de Mopti deixou 35 mortos. Um primeiro balanço falava em 95 vítimas, mas foi revisado um dia depois do ataque.
As mortes foram atribuídas a grupos fulas violentos, que se aliaram aos jihadistas da organização extremista Amadou Koufa. Pouco antes, 160 fulas haviam sido massacrados na aldeia de Ogosagu por homens dogons.
O Amadou Koufa surgiu na região central do Mali em 2015 e vem recrutando prioritariamente membros da etnia fula. Para se proteger, os dogons criaram seu próprio exército, aumentando ainda mais a violência na região.
(Com Reuters)