O grupo terrorista libanês Hezbollah assumiu nesta sexta-feira, 13, a autoria de ataques a quatro locais diferentes em Israel. O pronunciamento aumentou o receio de que a facção xiita entre no conflito do Oriente Médio ao lado do Hamas, abrindo uma segunda linha de frente no norte de Israel, que faz fronteira com o Líbano.
“Em resposta aos ataques israelenses nesta tarde de sexta-feira nas proximidades de várias cidades do sul do Líbano, os Mujahideen da Resistência Islâmica atacaram os seguintes locais israelenses: o local de Al-Abad, o local de Miskvam, o local de Ramia e o local de Jal Local de Al-Alam, com armas diretas e apropriadas, e todos obtiveram ataques precisos”, disse o Hezbollah no comunicado.
Mais cedo nesta sexta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que tomaram medidas em resposta a uma explosão em uma cerca de segurança perto da comunidade de Hanita, na fronteira libanesa-israelense.
“As FDI estão respondendo com fogo de artilharia contra o território libanês”, disse a entidade em comunicado. “As forças israelenses também ativaram um alerta sobre uma possível infiltração de terroristas na comunidade. Soldados israelenses estão atualmente vasculhando a área”, completou o texto.
Autoridades israelenses disseram que a explosão na cerca causou “danos leves”.
O Exército de Israel disse na terça-feira 10 que adicionou dezenas de milhares de soldados extras à sua fronteira norte com o Líbano, em antecipação a um ataque do grupo apoiado pelo Irã.
No início desta semana, os Estados Unidos alertaram o Hezbollah contra uma escalada do conflito em Israel. Há receios crescentes de que a facção militante xiita entre na guerra, abrindo uma segunda linha de frente.
Nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, disse que “novas linhas de frente” da guerra podem se abrir, caso Israel continue seus ataques e o cerco total à Faixa de Gaza. A ameaça foi feita durante sua visita a Beirute, capital libanesa, onde se encontrou com o chefe do Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah.
Teerã é tido como o verdadeiro poder por trás do Hezbollah e do Hamas. Segundo estimativa do governo americano, o regime dos aiatolás dá cerca de R$ 3,5 bilhões anuais para a facção xiita, além de apoiar com menos recursos o Hamas, a Jihad Islâmica e outros grupos anti-Israel.
A última vez que Israel entrou em conflito com o Hezbollah foi em 2006. As investidas terminaram em empate, o que foi vendido como vitória para os libaneses. De lá para cá, o grupo tornou-se a mais poderosa força paramilitar do Oriente Médio, com estimados 100 mil soldados e até 150 mil foguetes e mísseis. Se entrar na guerra ao lado do Hamas, será um problema sério para Israel.