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Irã usa drones para encontrar helicóptero do presidente em montanha

Estado de saúde de Ebrahim Raisi não foi informado, mas, segundo um oficial iraniano, as 'informações do local são preocupantes'

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 Maio 2024, 14h36 - Publicado em 19 Maio 2024, 11h33
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  • Um helicóptero que transportava o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, fez um ‘pouso forçado’ neste domingo, 19, segundo informações divulgadas pela TV estatal do país. Equipes de resgate tentam chegar ao local onde o helicóptero teria pousado à força, mas as primeiras informações mostram que há muita dificuldade nas buscas, em função das péssimas condições climáticas na área. Há muita chuva e fortes ventos.

    Uma autoridade iraniana disse à agência Reuters que não se tratou de pouso forçado, mas que o helicóptero que transportava o presidente do irã teria caído enquanto atravessava um terreno montanhoso, sob forte neblina. Esta fonte afirmou que as vidas de Raisi e do ministro das Relações Exteriores estava “em risco após a queda do helicóptero”.

    “Ainda estamos esperançosos, mas as informações provenientes do local do acidente são muito preocupantes”, disse o responsável, falando à Reuters sob condição de anonimato. O mau tempo complicou os esforços de resgate, informou a agência de notícias estatal IRNA.

    A TV estatal interrompeu a programação normal para mostrar orações por Raisi em diversas regiões do país, enquanto no canto da tela apareciam imagens das equipes de resgate que vasculhavam a região montanhosa, sob neblina densa.

    Buscas

    O Irã duplicou de 20 para 40 o número de equipes de busca que tentam encontrar o helicóptero em que estava o presidente do país, Ebrahim Raisi. O aparelho teria caído numa região montanhosa e fechada de mata, próxima da cidade de Tabriz. Diante das dificuldades de chegar ao local, as equipes estão utilizando aeronaves não tripuladas, os drones, para tentar encontrar o helicóptero. O Azerbaijão também disponibilizou grupos de resgate. O local onde do incidente fica a 600 quilômetros da capital Teerã.

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    As equipes de resgate enfrentam condições climáticas desafiadoras e a área é de difícil acesso. Além da área montanhosa e com vegetação, as equipes estão enfrentando chuva, ventos fortes e uma densa neblina. As condições meteorológicas inviabilizam a realização de buscas aéreas, segundo informação da agência oficial do país. Um repórter da TV local afirmou que as equipes de resgate chegaram á região, mas que começou a chover e há muita lama, dificultando as buscas.

    Helicóptero presidente do Irã
    Momento em que o helicóptero em que estava o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, decolando na fronteira iraniana com o Azerbaijão – 19/05/2024 (ALI HAMED HAGHDOUST / IRNA/AFP)

    Em caso de morte do presidente da República do Irã, vai assumir o comando do país o vice-presidente Mohammad Mokhber, 69 anos de idade, também conservador. A lei do país determina que, em caso de morte do presidente da República, o vice assume e convoca eleições um prazo de seis meses após a posse.

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    Ebrahim Raisi viajava pela província iraniana do Azerbaijão Oriental quando o helicóptero fez o pouso forçado. A distância do pouso forçado também é considerada longa para um helicóptero, pois fica a cerca de 600 quilômetros da capital do país, Teerã. O local do pouso forçado seria perto da cidade de Jolfa, na fronteira com o Azerbaijão.

    O presidente do Irã foi na manhã deste domingo ao Azebaijão e na sua agenda constava a inauguração de uma barragem. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, também participaria da inauguração. Aliev não estava no voo. Esta seria a inauguração de uma terceira barragem que os dois países fizeram no Rio Aras.

    Ministro das Relações Exteriores e governador estavam no mesmo voo

    Segundo informou a Agência de Notícias da República Islâmica (Irna), além do presidente do Irã, as primeiras informações dão conta de que estavam no mesmo voo o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian e outras autoridades, incluindo um governador da província do local da queda, que é coberta por floresta.

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    Ebrahim Raisi tem 63 anos de idade e foi uma importante figura do Judiciário no Irã, país que preside desde 2021. É considerado um político ultraconservador. A exemplo de várias figuras proeminentes de seu país, Raisi é acusado de crimes e de abusos de direitos humanos no período em que foi juiz. Raisi teria se envolvido diretamente na execução de dissidentes do regime no final da década de 90.

    O Irã é uma das civilizações mais antigas do mundo. O país tornou-se oficialmente uma república islâmica em 1979. No mesmo ano, foi aprovada uma constituição teocrática. Como mostrou VEJA no início de março, o Banco Central emitiu comunicado com alerta do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), advertindo todo o sistema bancário para operações financeiras envolvendo o Irã.

    A política externa do Irã inclui o apoio a grupos terroristas como o Hamas, o Herzbollah e o Outhi, do Iêmen. O irã ingressou no grupo dos Brics com o apoio do presidente Lula. O grupo era formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente, o Brics recebeu a adesão do Irã, Arábia Saudita, Egito, Emeirados Árabes e Etiópia. A Argentina também foi convidada para ingressar no Brics, mas o presidente Javier Milei recusou o convite.

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