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Guerra na Ucrânia gerou pior crise alimentar global desde 2008, diz FMI

Cerca de 345 milhões de pessoas enfrentam escassez alimentar devido o aumento do preço das importações de trigo e fertilizantes

Por Vitória Barreto 30 set 2022, 17h44

Os fortes baques da guerra da Ucrânia às cadeias de grãos e fertilizantes desencadearam a pior crise de segurança alimentar desde pelo menos a crise financeira de 2007-2007, de acordo com um novo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta sexta-feira, 30. Ao todo, 345 milhões de pessoas agora enfrentam escassez alimentar que podem levar à morte.

O documento estima que os 48 países mais expostos à escassez de alimentos enfrentarão em suas contas de importação um aumento de 9 bilhões de dólares nos próximos dois anos. Com os custos mais altos de alimentos e fertilizantes por conta da guerra, as reservas de Estados mais frágeis também serão afetadas, e muitos deles já enfrentam problemas nas contas após o auge da pandemia de Covid-19 e custos crescentes de energia.   

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“Somente para este ano, estimamos que os países altamente expostos precisam de até 7 bilhões de dólares para ajudar as famílias mais pobres a lidar com a situação”, afirmou a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

A nova pesquisa foi divulgada quando o Conselho Executivo do fundo aprovou o aumento do acesso por um ano ao financiamento de emergência para ajudar os países mais vulneráveis. O mecanismo de emergência pode fornecer um financiamento adicional de até 1,3 bilhão de dólares para a Ucrânia. 

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A guerra agravou uma crise alimentar global que cresce desde 2018, devido à crescente frequência e gravidade dos choques climáticos e conflitos regionais. 

A Ucrânia estava entre os cinco maiores exportadores de grãos antes da guerra, respondendo por cerca de 15% das exportações globais de milho e 12% das exportações de trigo. A retomada dos embarques dos portos do Mar Negro, sob um acordo com a Rússia, aliviou apenas parcialmente a escassez. Mesmo assim, o conflito reduz a futura produção agrícola do país.

A Rússia – também um dos principais exportadores de grãos no mundo–  reduziu suas exportações no início deste ano para as ex-repúblicas soviéticas vizinhas. O FMI  identificou que o Sudão, Quirguistão, Bielorrússia, Armênia e Geórgia são os países mais dependentes das importações de alimentos ucranianos e russos. 

Tanto a Rússia quanto a Ucrânia também são conhecidos por serem grandes exportadores de fertilizantes e os países mais dependentes deles são Moldávia, Letônia, Estônia, Paraguai e Quirguistão.

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O Fundo pediu o rápido aumento da assistência humanitária por meio do Programa Mundial de Alimentos e outras organizações, além de medidas fiscais direcionadas nos países afetados para ajudar os pobres. No entanto, ressaltou que os governos precisam priorizar o combate à inflação.

“A assistência social de curto prazo deve se concentrar em fornecer ajuda alimentar emergencial ou transferências de dinheiro para os pobres, como as anunciadas recentemente por Djibuti, Honduras e Serra Leoa”, afirmou Georgieva. 

O FMI também pediu a eliminação das medidas protecionistas nas exportações de alimentos. Segundo pesquisas do Banco Mundial elas representam até 9% do aumento mundial do preço do trigo. Ressaltou também a importância dos investimentos em tecnologias agriculturais resilientes ao clima, gestão da água e seguro de colheitas para lidar com a seca e outros eventos climáticos imprevisíveis.

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