A Guarda Costeira da Itália trabalha nesta segunda-feira, 10, no resgate de ao menos 1.200 imigrantes no Mar Mediterrâneo. De acordo com a agência de notícias Reuters, o número de refugiados vindos do norte da África aumentou consideravelmente neste final de semana.
No domingo, a Alarm-Phone, um projeto voluntário que atua no resgate marítimo de imigrantes, alertou para a entrada de barcos nas em águas de Malta. Uma das embarcações, que contava com cerca de 400 passageiros, partiu de Tobruk, na Líbia.
Segundo a ONG alemã Sea-Watch International, um navio mercante local ofereceu água para os refugiados e combustível para o navio, mas autoridades maltesas impediram o resgate dos passageiros. A organização foi responsável, inclusive, pela identificação do barco de pesca utilizado para o transporte dos refugiados através dos seus aviões particulares.
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Organizada pelo Centro Nacional de Resgate Marítimo da Guarda Costeira, a operação desta segunda-feira no Mediterrâneo não foi isolada. A Guarda Costeira atuou também no resgate de um barco de pesca com 800 pessoas, localizado a mais de 193 quilômetros a sudeste de Siracusa, na região italiana de Sicília.
De acordo com o porta-voz da Guarda Costeira, o processo de assistência apresenta complicações, como a longa distância da costa, e, por isso, os profissionais levariam horas até salvar o último refugiado. Ele informou, ainda, que as equipes de emergência já socorreram mais de 2.000 imigrantes à deriva desde a última sexta-feira, 7.
Ainda em fevereiro deste ano, pelo menos 62 imigrantes morreram em um naufrágio na costa da região da Calábria, no sul do país. Eles fugiam de países como Afeganistão, Paquistão, Somália e Irã. Entre as vítimas estavam 12 crianças, incluindo um bebê.
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A escalada da crise migratória na Itália levou a União Europeia a sinalizar a urgência da questão em uma carta destinada aos países membros em março. O documento da Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen, citou a importância de uma cooperação ampla, com base na solidariedade e na realocação dos refugiados.
“Uma solução justa e duradoura só é possível através de uma abordagem europeia e equilibrada. Podemos alcançar mais objetivos se agirmos juntos”, afirmou a presidente da Comissão.