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Guaidó anuncia que assumiu controle de ativos da Venezuela no exterior

Líder opositor quer impedir que Maduro desvie recursos caso deixe o poder

Por Da Redação
Atualizado em 29 jan 2019, 15h46 - Publicado em 29 jan 2019, 08h58

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, anunciou na segunda-feira 28 que assumiu o controle dos ativos de seu país no exterior, para evitar que o presidente Nicolás Maduro acabe com os recursos em uma eventual saída do poder.

“A partir deste momento, iniciamos a tomada do controle progressivo e ordenado dos ativos de nossa República no exterior para impedir que, em sua etapa de saída (…), o usurpador e sua gangue tentem ‘raspar a panela'”, declarou, em um comunicado divulgado nas redes sociais.

Guaidó também afirmou que vai propor as medidas necessárias para garantir mais transparência no uso dos recursos que estão em instituições bancárias de fora do país. Segundo ele, o funcionamento e o controle dessas contas serão submetidos à aprovação da Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição.

Na nota, o opositor não informou em que bancos estão as contas do governo no exterior.

O governo britânico reconheceu ter recebido um pedido de Guaidó para que o Banco da Inglaterra não devolva ao regime de Maduro o ouro e outros bens que Caracas tem depositados na instituição.

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Além disso, Guaidó informou que iniciou o processo para nomear uma nova diretoria para a petrolífera estatal, a PDVSA, e para a Citgo, que atua nos Estados Unidos. O líder opositor também não antecipou nomes ou prazos para que isso ocorra.

Os anúncios de Guaidó foram quase simultâneos aos feitos pelos Estados Unidos. Na segunda-feira, a Casa Branca revelou a aplicação de novas sanções contra a PDVSA para “evitar futuros desvios de ativos da Venezuela” por parte do governo de Nicolás Maduro.

O secretário do Tesouro americano Steven Mnuchin afirmou que “o caminho de suspensão destas sanções à PDVSA é através da rápida transferência do controle para o presidente interino ou um governo posterior, eleito democraticamente”.

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A tensão política na Venezuela cresceu na última quarta-feira 23, quando Guaidó se autoproclamou presidente do país, em desafio a Maduro, considerado por ele como um “usurpador” do poder.

Maduro venceu com folga as eleições realizadas no país em maio do ano passado, mas a oposição e parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, afirmam que o pleito foi ilegítimo.

Resposta de Maduro

Diante das novas sanções impostas pelos americanos à PDVSA e à Citgo, Maduro afirmou que tomará ações legais para impedir que o governo de Donald Trump “roube” as estatais venezuelanas dos cidadãos de seu país.

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“Querem roubar a empresa Citgo de todos os venezuelanos e venezuelanas. Fique alerta, Venezuela, os Estados Unidos hoje decidiram transitar o caminho de roubar a empresa Citgo da Venezuela”, declarou o governante ao receber no palácio presidencial de Miraflores os chefes diplomatas que estavam destacados em território americano.

As sanções impostas pelos Estados Unidos afetam 7 bilhões de dólares em ativos da PDVSA nos Estados Unidos e, de acordo com o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, provocarão outros 11 bilhões de dólares em perdas para a petrolífera ao longo do próximo ano.

Nesse sentido, Maduro disse que a medida “demonstra” que os Estados Unidos querem arrebatar da Venezuela suas riquezas naturais. O líder socialista afirmou ainda que instruiu o presidente da PDVSA, Manuel Quevedo, a iniciar “ações políticas e legais em tribunais americanos e do mundo” em defesa da “propriedade e riqueza da Citgo”.

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O presidente venezuelano também acusou o líder do Parlamento, o opositor Juan Guaidó, de ter impulsionado essas sanções, que significam um duro golpe ao fluxo de caixa do país.

(Com EFE e AFP)

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