Uma convocação de greve geral na Índia feita por todos os sindicatos, incluindo as associações ligadas ao governo, levou milhões de pessoas às ruas nesta terça-feira para exigir mais direitos trabalhistas e a criação de um salário mínimo. Bancos, lojas e empresas de várias cidades permaneceram fechadas no país de 1,2 bilhão de habitantes.
Onze organizações sindicais e 5.000 pequenas associações aderiram à greve para pressionar o governo de centro-esquerda do primeiro-ministro Manmohan Singh. O chefe de governo, acusado de inércia no campo social pela oposição, tentou, em vão, evitar a manifestação.
“É uma oportunidade histórica. Pela primeira vez todos os grandes sindicatos estão juntos para protestar contra as políticas antitrabalhistas do governo”, disse o secretário-geral do Congresso Indiano de Sindicatos, Gurudas Dasgupta. Os sindicatos exigem a instituição de um salário mínimo nacional, contratos com duração indeterminada para 50 milhões de trabalhadores temporários e medidas eficazes para impedir que as grandes empresas burlem os direitos trabalhistas.
Descontentamento – A greve geral também é representada por uma manifestação do descontentamento popular com o alto custo de vida, a corrupção e a redução da presença do estado no setor público. O governo indiano de Singh, afetado por uma série de escândalos de corrupção, tenta lutar há vários meses contra a inflação com uma política monetária agressiva. Mas, com os efeitos demorados do plano e o aumento dos preços, as condições de vida são cada vez mais difíceis no país. A inflação, no entanto, registrou em janeiro o menor nível em 26 meses, a 6,55%, abrindo o caminho para uma eventual flexibilização monetária para enfrentar a desaceleração da economia.
(Com agência France-Presse)