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Grécia fecha campanha eleitoral em meio a especulação sobre saída do euro

Andrés Mourenza. Atenas, 15 jun (EFE).- Empobrecida por cinco anos consecutivos de recessão, a Grécia termina à meia-noite deste sábado sua campanha para as eleições legislativas de domingo em meio a especulações sobre sua saída do euro que fizeram soar o alerta vermelho nos mercados financeiros. ‘Podemos viver sem o euro’, diz o cartaz de […]

Por Da Redação
15 jun 2012, 15h06
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  • Andrés Mourenza.

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    Atenas, 15 jun (EFE).- Empobrecida por cinco anos consecutivos de recessão, a Grécia termina à meia-noite deste sábado sua campanha para as eleições legislativas de domingo em meio a especulações sobre sua saída do euro que fizeram soar o alerta vermelho nos mercados financeiros.

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    ‘Podemos viver sem o euro’, diz o cartaz de um pequeno movimento popular no centro de Atenas e que, significativamente, está pintado com as cores da bandeira da Espanha, cujo resgate também foi tema de debates na campanha eleitoral grega.

    ‘Espanha? A Espanha é a próxima, e depois será a vez da Itália. Deveríamos sair do euro porque desde que entramos na zona da moeda única, os preços não pararam de subir’, queixou-se um atendente de um bar do centro da capital grega.

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    A julgar por pesquisas e estudos diversos, os gregos que desejam que seu país retorne ao dracma são minoria – pouco mais de 10% da população -, mas o debate sobre o futuro da moeda única europeia ganhou no cenário político.

    As últimas pesquisas mostram os dois principais adversários, o conservador Nova Democracia (ND) e o esquerdista Syriza praticamente empatados nas intenções de voto, embora com uma tendência descendente para o partido progressista, que há poucos dias dominava as enquetes ‘secretas’ encomendadas pelos partidos políticos (na Grécia as pesquisas não podem ser divulgadas nas duas semanas prévias ao pleito).

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    Fontes do Syriza disseram à Agência Efe que, das sete pesquisas recebidas hoje pela legenda, cinco apontam um empate técnico entre os dois primeiros partidos, e outras duas indicam que o ND está um ponto e meio acima nas intenções de voto. Outro dado que essas enquetes mostram é que o número de indecisos aumentou de sete para 11% dos eleitores. Já as enquetes da legenda conservadora dão ao ND em torno de dois pontos de vantagem.

    No entanto, nem os conservadores – partidários da renegociação das medidas de austeridade impostas por Bruxelas em troca dos dois resgates – nem os esquerdistas – que pedem sua abolição, embora nos últimos dias tenham moderado sua postura – teriam maioria suficiente para governar sozinhos. Por isso, deverão firmar um pacto com algum dos outros cinco partidos que devem conseguir assentos no Parlamento.

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    ‘Nos dizem: ‘Não ponham seu dinheiro na Grécia, porque ela vai sair do euro’. Mas a Grécia não vai sair do euro, porque a partir de segunda-feira terminarão a austeridade e as medidas que levam a Grécia para fora do euro, a quebra e a pobreza’, afirmou o líder do Syriza, o jovem Alexis Tsipras, em um de seus últimos atos públicos antes do fechamento da campanha.

    Para Tsipras, são as atuais medidas de austeridade que aprofundaram a recessão e causaram uma espiral de endividamento que podem levar o país a abandonar a moeda única.

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    Os conservadores concordam em parte com este argumento e, seu candidato presidencial, Antonis Samaras, prometeu que se ganhar o pleito renegociará os termos do memorando de austeridade, mas descarta o que considera uma proposta ‘unilateral’ do Syriza.

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    Samaras também acusou o partido esquerdista de estar ‘jogando com a Grécia’, já que, segundo ele, a rejeição ao memorando será aproveitada pela ‘minoria de países da UE que está esperando a oportunidade para jogar a Grécia fora do euro’.

    O ND acredita que o Syriza tem uma ‘agenda oculta’ para sair do euro, algo que a formação esquerdista nega, embora reconheça que, para o partido, ‘o euro não é um fetiche’.

    ‘Se para preservar a zona do euro nossos trabalhadores terão que ficar sempre com a faca ao pescoço, então o euro não é como um sonho de consumo para nós’, explicou hoje à Efe um dos líderes econômicos do Syriza, Zeodoros Dritsas.

    Em todo caso, ele afirmou que a estratégia principal de seu partido passa por se manter na moeda comum, já que, em sua opinião, não há relação entre as medidas de austeridade e a permanência da Grécia na eurozona. Por outro lado, o assessor econômico de Samaras e professor da Universidade de Oxford, Dimitrios Tsomocos, considera que a estratégia do Syriza levará ao temido ‘Grexit’ (saída grega do euro).

    Isso porque se o futuro governo grego romper o acordo com Bruxelas, os parceiros europeus se negarão a continuar financiando a Grécia, que, incapaz de se financiar nos mercados internacionais, deverá decretar uma moratória de salários e aposentadorias, abrindo o caminho para deixar de adotar a moeda europeia. EFE

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