Autoridades de Veneza, na Itália, abriram uma investigação depois que uma mancha de água verde fluorescente apareceu no famoso Grande Canal na manhã de domingo 28. A mudança foi notada pela primeira vez por volta das 9h30 do horário local e a área afetada ficou maior ao longo do dia.
De acordo com o porta-voz do prefeito de Veneza, as autoridades coletaram amostras de água, revisaram gravações de câmeras de vigilância e perguntaram aos gondoleiros e motoristas de barcos se eles viram alguma “situação suspeita”.
Também foi cogitada a possibilidade de um protesto por grupos de ativismo ambiental, que na semana passada pintaram a água da icônica Fontana di Trevi, em Roma, de preto. Mas, como nenhum grupo ambiental reivindicou a responsabilidade pelo ato, uma reunião de emergência foi convocada para investigar a causa da coloração.
“Esta manhã, uma mancha de líquido verde fosforescente apareceu no Grande Canal de Veneza, relatada por alguns moradores perto da Ponte Rialto. O prefeito convocou uma reunião urgente com a polícia para investigar a origem do líquido”, disse Luca Zaia, presidente regional do Vêneto, no Twitter.
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O vereador Andrea Pegoraro imediatamente culpou os ativistas ambientais que vêm atacando patrimônios culturais italianos nos últimos meses. O grupo Last Generation, responsável pelo protesto na Fontana di Trevi, negou envolvimento no caso.
O corpo de bombeiros da Itália esclareceu que estava ajudando a fornecer “amostras e assistência técnica” à ARPA Veneto, a agência regional que supervisiona o estado ambiental do Grande Canal, que está “conduzindo análises para estabelecer a natureza da substância na água”.
Nas redes sociais, diversas imagens foram postadas mostrando gôndolas, táxis aquáticos e barcos de ônibus aquáticos deslizando pela substância verde. Os usuários teorizaram que o fenômeno poderia ser causado por algas ou uma substância depositada ilegalmente no canal.
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The water in the Grand Canal in Venice has turned bright green.
Has grown significantly. pic.twitter.com/N7js56Vmiy
— Animal World (@dragon_of_time_) May 28, 2023
Esta não é a primeira vez que o Grande Canal de Veneza sofre uma alteração de cor. Em 1968, o artista argentino Nicolás García Uriburu tingiu as águas de verde com um corante fluorescente chamado Fluoresceína, durante a Bienal anual de Veneza. A intervenção pretendia chamar a atenção para questões ecológicas e a relação entre natureza e civilização.
O evento se repete justamente quando a cidade celebra a Bienal de arquitetura, inaugurada no último fim de semana.