Governo e separatistas iemenitas assinam acordo para compartilhar poder
O enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, disse que o compromisso é 'um passo importante' para aplacar a guerra civil

O governo do Iêmen, reconhecido pela comunidade internacional, e os separatistas apoiados pela Arábia Saudita assinaram nesta terça-feira, 5, um acordo para compartilhar o poder e encerrar o conflito no país, devastado por uma guerra que já dura cinco anos e que causa uma das maiores crises humanitárias da atualidade.
“Este acordo abrirá um novo período de estabilidade no Iêmen”, disse o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman durante a cerimônia de assinatura do pacto, transmitida pela televisão.
O Conselho de Transição do Sul (STC), separatista, aceitou a volta do governo à cidade de Aden, ao sul do país, onde se concentrava o conflito. O enviado especial das Nações Unidas para o Iêmen, Martin Griffiths, disse que o acordo é “um passo importante” para aplacar a guerra civil.
Os confrontos entre separatistas e forças leais ao governo iemenita, em princípio aliados em sua guerra comum contra os xiitas huthis, vertente do islamismo – que eclodiu em 2014 –, causaram medo de que o país acabasse se desintegrando.
Um relatório de outubro das Nações Unidas revelou que o Iêmen se tornará o país mais pobre do mundo se o conflito continuar até 2022, com 79% da população abaixo da linha da pobreza e 65% vivendo em extrema pobreza. Além disso, neste ano o número de mortos já chega na marca dos 100.000.
Os separatistas reivindicavam a independência do sul do Iêmen, mas nas últimas semanas, o governo do presidente iemenita Abd Rabbo Mansur Hadi e o STC participaram de negociações discretas, com mediação da Arábia Saudita, na cidade saudita de Jedah.
Em 25 de outubro, chegaram a um acordo que previa formar um governo de 24 ministérios distribuídos “igualmente entre as províncias do norte e do sul do Iêmen”.
(Com AFP)