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Governo do Chile vai sancionar responsáveis por cratera gigante no deserto

Enorme sumidouro apareceu próximo a zona de mineração e já cresceu mais de 10 metros desde sua descoberta no último sábado

Por Matheus Deccache 9 ago 2022, 16h19

O Ministério de Minas e Energia do Chile anunciou nesta terça-feira, 9, que irá aplicar duras sanções aos responsáveis pelo enorme sumidouro perto de uma mina de cobre no norte do país. O buraco de 36,2 metros de diâmetro surgiu no final de julho nas cercanias da mina de Alcaparrosa, cerca de 800 quilômetros ao norte de Santiago, e assustou a população.

“Vamos até o fim com as consequências para sancionar e não apenas multar”, disse a ministra responsável, Marcela Hernando, em comunicado, acrescentando que as multas tendem a ser insignificantes e a decisão deve ser “exemplar” para as mineradoras.

+ Buraco de 32 metros surge no norte do Chile e assusta população

Identificada no último sábado, 6, a cratera fica a apenas 600 metros de locais povoados e de um centro de saúde. Segundo as autoridades locais, estava com 25 metros quando foi medida pela primeira vez. No entanto, seu diâmetro total já chega a 36,5 metros, o que tem preocupado os moradores próximos.

Vídeos divulgados pela mídia chilena mostraram várias imagens aéreas do enorme buraco em um campo de mineração da empresa sueco-canadense Lundin Mining, próximo a cidade de Tierra Amarilla. A mineradora é responsável por 80% da propriedade, enquanto os outros 20% estão nas mãos do conglomerado japonês Sumitomo.

Segundo a ministra, embora o órgão regulador de mineração do país tenha feito uma inspeção na área em julho, não foi possível detectar a “sobre-exploração”, termo utilizado para designar a utilização de um recurso renovável para além do seu limiar de sustentabilidade.

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“Isso também nos faz pensar que temos que reformular quais são os nossos processos de fiscalização”, disse ela. 

Em comunicado, a Lundin disse que ainda não é possível afirmar com clareza que o sumidouro foi causado por causa de uma sobre-exploração e que os estudos hidrogeológicos e de mineração fornecerão as respostas necessárias. 

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“Diferentes eventos que poderiam ter causado o buraco estão sendo investigados, incluindo as chuvas anormais registradas durante o mês de julho, o que é relevante”, acrescentou a empresa. 

O Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile, vinculado ao Ministério de Mineração, disse no Twitter que enviou especialistas à área para avaliar a situação. O prefeito de Tierra Amarilla, Cristóbal Zúñiga, pediu às autoridades federais que investiguem a origem e as causas do sumidouro e apurem os riscos de que possa voltar a acontecer em outra área da cidade.

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