Governo de Maduro enfrenta protestos populares pelo terceiro dia seguido
Comissão da OEA que acompanha os conflitos contabiliza 16 mortos entre terça e quarta; em nota, a União Europeia pede 'eleições livres' na Venezuela
Por Da Redação
Atualizado em 24 jan 2019, 11h31 - Publicado em 24 jan 2019, 08h07
Manifestantes fazem barricadas durante protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Roman Camacho/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
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O governo da Venezuela enfrenta, desde as primeiras horas da madrugada desta quinta-feira 24, o terceiro dia consecutivo de protestos contra o presidente Nicolás Maduro. Ao menos 16 pessoas morreram nos dois primeiros dias em conflitos relacionados aos atos de resistência, segundo levantamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA).
1/29 Um carro queimado durante os protestos contra o governo de Nicolas Maduro em Caracas, na Venezuela, é visto no meio da rua - 24/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
2/29 Homens olham dentro de uma loja de liquor saqueada após os protestos contra o governo de Nicolas Maduro em Caracas, na Venezuela - 24/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
3/29 Trabalhador levanta uma geladeira dentro de uma loja de liquor saqueada após os protestos contra o governo de Nicolas Maduro em Caracas, na Venezuela - 24/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
4/29 Pessoas observam um caminhão que foi queimado durante os protestos contra o governo de Nicolas Maduro em Caracas, Venezuela - 24/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
5/29 Forças de segurança entram em confronto com manifestantes, durante marcha realizada contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)
6/29 Manifestante salta sobre fogo durante protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Rafael Hernandez/picture alliance/Getty Images)
7/29 Manifestantes fazem barricadas durante protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Roman Camacho/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
8/29 Manifestantes contrários ao governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro carregam letras que formam a palavra "Democracia", durante marcha realizada em Caracas - 23/01/2019 (Adriana Loureiro/Reuters)
9/29 Manifestantes entram em confronto com a polícia durante marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Yuri Cortez/AFP)
10/29 Policiais entram em confronto com manifestantes durante marcha contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
11/29 O presidente venezuelano Nicolás Maduro, discursa para seus apoiadores em Caracas, após Juan Guaidó fazer juramento solene e se declarar presidente interino do país - 23/01/2019 (Luis Robayo/AFP)
12/29 Imagem aérea de marcha contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, Venezuela - 23/01/2019 (Adriana Loureiro/Reuters)
13/29 Manifestante participa de marcha contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, Venezuela - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
14/29 Manifestante carrega cartaz durante marcha contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, Venezuela - 23/01/2019 (Federico Parra/AFP)
15/29 Veículo é incendiado durante marcha contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Yuri Cortez/AFP)
16/29 Veículo é incendiado durante marcha contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Yuri Cortez/AFP)
17/29 Manifestantes erguem as mãos durante juramento solene de Juan Guaidó, que se declarou presidente interino da Venezuela, durante marcha contra o governo de Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Federico Parra/AFP)
18/29 Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional Venezuelana, discursa após se declarar presdiente interino do país - 23/01/2019 (Federico Parra/AFP)
19/29 Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional Venezuela, participa de marcha contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
20/29 Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional Venezuela, participa de marcha contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
21/29 Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, realiza juramento e se declara presidente interino do país - 23/01/2019 (Federico Parra/AFP)
22/29 Manifestantes realizam marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
23/29 Manifestantes realizam marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
24/29 Homem com bandeira da Venezuela levanta os braços na frente de policiais durante marcha contra o presidente Nicolás Maduro - 23/01/2019 (Rayner Pena/picture alliance/Getty Images)
25/29 Policial atira contra manifestante durante marcha contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Manaure Quintero/Reuters)
26/29 Manifestantes entram em confronto com a polícia durante marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Manaure Quintero/Reuters)
27/29 Manifestantes se protegem de bombas de gás lacrimogêneo lançadas por policiais, durante marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Manaure Quintero/Reuters)
28/29 Manifestantes fazem marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas - 23/01/2019 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
29/29 Manifestantes se protegem de bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia, durante marcha contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro - 23/01/2019 (Rayner Pena/picture alliance/Getty Images)
Em relatório mais detalhado, a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social contabilizou 14 mortos (13 homens e uma mulher, com idades variando entre 19 e 47 anos), todos assassinados com tiros que, segundo a entidade, foram disparados por “forças de segurança e agrupações paramilitares.”
Na quarta-feira, o presidente da Assembleia Nacional,Juan Guaidó, fez um juramento solene como presidente interino da Venezuela. Nas horas seguintes, foi reconhecido como chefe de Estado venezuelano por diversos países, entre eles o Brasil, os Estados Unidos e a Organização dos Estados Americanos.
Em retaliação, o presidente eleito Nicolás Maduro anunciou rompimento de relações com os Estados Unidos e deu um prazo de 72 horas para que os diplomatas americanos deixem o país. No primeiro ato de desautorização, Guaidó enviou comunicado às representações estrangeiras para se manterem no país.
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Esse foi o primeiro ato de desautorização de Maduro tomado pelo líder oposicionista, que considera as eleições que elegeram Maduro fraudulentas. Ao fim do dia, a União Europeia, em nota, declarou que a “voz do povo venezuelano não pode ser ignorada” e pediu “eleições livres” no país.
A onda de protestos atinge, inclusive, bairros populares de Caracas, antes considerados bastiões do chavismo, que governa o país desde 1999. A ONG Provea informou que por volta de 1h (horário local, 3h de Brasília), foram registrados no oeste e centro de Caracas pelo menos 15 manifestações distintas que as forças de segurança tentavam dispersar com o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
No centro de Caracas, sede dos poderes públicos da Venezuela, os atos se intensificaram desde a última segunda-feira, quando dezenas de membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) se rebelaram contra o presidente Nicolás Maduro e pediram apoio cidadão, antes de serem rendidos e presos.
No mesmo dia, ocorreram dezenas de manifestações que reivindicavam o fim da crise. Desde então, mais de 50 protestos ocorreram apenas em Caracas, e um número indeterminado no resto do país.
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O número dois do chavismo e chefe da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Diosdado Cabello, disse hoje que os grupos que se manifestam são “pagos” e geram violência, como tem sido observado em alguns vídeos que circulam nas redes sociais.
Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS), pelo menos 14 pessoas morreram em meio aos protestos, todas por “impacto de bala” enquanto “participavam de manifestações pacíficas e foram atacadas por agentes da polícia ou grupos paramilitares”.
O diretor do Foro Penal Venezuelano, Gonzalo Himiob, informou que 278 pessoas envolvidas em protestos foram detidas desde a segunda-feira 21.
Eleições contestadas
Maduro foi reeleito em processo que transcorreu em maio de 2018. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o vencedor obteve 5.823.728 votos, com uma participação de 8.6 milhões dos mais de 20 milhões de eleitores (43% do total) que foram chamados às urnas, o que se traduz em um das porcentagens de participação mais baixa da história venezuelana.
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Antes mesmo do término da votação, os Estados Unidos denunciaram o que consideraram ausência total de legitimidade na eleição e indicaram que não reconheceriam o resultado do processo eleitoral. Pouco antes da posse, em janeiro de 2019, o Grupo de Lima (formado por Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia e México), também declarou que a eleição de Maduro foi ilegítima.
Para o grupo, com exceção do México, o poder deveria ser transmitido para o Parlamento da Venezuela, que tem maioria opositora a Maduro e elegeu Guaidó como líder.
Juscelino Filho decide pedir demissão após denúncia da PGR
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu pedir demissão do governo Lula após mais um escândalo envolvendo o seu nome. Mais cedo, foi divulgado que a Procuradoria-Geral da República havia denunciado o ministro em um processo que corre em sigilo. Os detalhes e a nova ofensiva dos Estados Unidos na guerra comercial com a China são os destaques do Giro VEJA.
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