O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, anunciou nesta terça-feira, 5, um pacote de ajuda no valor de 10,6 bilhões de euros (cerca de R$ 66,8 bilhões) para as vítimas das chuvas torrenciais que provocaram uma série de enchentes repentinas no leste do país na semana passada, deixando pelo menos 219 mortos.
O plano de ajuda inclui pagamentos diretos de 20 mil a 60 mil euros (cerca de 125 mil a 377 mil reais) a quase “65 mil autônomos” e “30 mil empresas”, de acordo com Sánchez.
“A ajuda financeira é um bom primeiro passo, um passo ágil e ambicioso com medidas concretas e realistas que já estão em vigor e que beneficiarão a população e os negócios nos próximos dias e semanas,” afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que o governo formalizou um pedido para acessar os fundos de emergência da União Europeia com o objetivo de ampliar os recursos disponíveis para a recuperação.
Sánchez destacou que as medidas adotadas têm como objetivo oferecer suporte rápido e eficaz às pessoas e empresas afetadas, comparando o pacote emergencial ao auxílio concedido durante a pandemia de Covid-19.
“O que os cidadãos querem é ver as suas instituições não lutando, mas trabalhando lado a lado”, completou ele.
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O anúncio ocorre em meio a fortes críticas ao governo pela sua gestão do desastre. No domingo, manifestantes expressaram indignação ao arremessar lama no rei e na rainha da Espanha, no primeiro-ministro e em líderes regionais durante a primeira visita oficial das autoridades ao local mais afetado pelas inundações, Paiporta.
Enchentes relâmpago
A costa leste da Espanha, especialmente a região de Valência, foi devastada na semana passada por enchentes provocadas por chuvas torrenciais. O episódio já é considerado o pior desastre natural do século XXI no país, deixando um rastro de destruição que mais se assemelha ao impacto de um furacão ou tsunami.
A tempestade deixou regiões de Valência submersas. Carros foram arrastados, ruas ficaram cobertas por lama e detritos, pessoas tiveram de se proteger da força da água em árvores e outras acabaram arrastadas. Ainda há desaparecidos.
Paiporta, uma comunidade de 25.000 habitantes próxima à cidade de Valência, foi o local que mais sofreu com o desastre. Segundo a prefeita, Maribel Albalat, 62 habitantes morreram por lá, incluindo idosos em uma casa de repouso.
De acordo com o governo, a eletricidade já foi restabelecida em 98% das residências, e 68% das linhas telefônicas danificadas foram reparadas. Além disso, 40 quilômetros de estradas e 74 quilômetros de ferrovias também foram recuperados.