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Governadores negam ‘autoridade total’ de Trump para suspender quarentena

Líderes estaduais alegam ser inconstitucional a posição do presidente dos EUA: "Não temos um rei"

Por Da Redação
14 abr 2020, 17h34
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  • Além disso, depois que grupos de governadores anunciaram que planejavam trabalhar juntos, regionalmente, para decidir quando e como reabrir negócios, Trump os comparou a “amotinados” em uma postagem no Twitter. O presidente afirmou que é “revigorante” assistir um motim quando “amotinados precisam de tanta ajuda de seu capitão”.Governadores de diversos estados americanos contestaram nesta terça-feira, 14, a afirmação do presidente Donald Trump de que ele tem “autoridade total” para comandar a reabertura da economia dos Estados Unidos. O país tem orientações nacionais de isolamento social para conter a propagação do coronavírus desde o dia 16 de março.

    “A posição do presidente é simplesmente absurda”, disse Andrew Cuomo, o governador democrata de Nova York, atual epicentro da epidemia, à emissora CBS News. “Não é a lei, nem a Constituição. Nós não temos um rei, temos um presidente”.

    Na segunda-feira 13, Trump disse em pronunciamento na Casa Branca que “inúmeras disposições” na Constituição – as quais não detalhou – dariam-lhe autoridade para sobrepor ordens estaduais. Sua visão desconsidera o modelo federalista aplicado com afinco no país desde sua independência.

    “Quando alguém é presidente dos Estados Unidos, a autoridade é total“, disse Trump. “[Os governadores] não podem fazer nada sem a aprovação do presidente dos Estados Unidos.” Ele completou que o líder  é quem “dá as ordens”.

    O governador de Connecticut, Ned Lamont, um dos aliados de Cuomo, disse à emissora CNN que as “granadas de mão verbais” de Trump não deveriam “distrair as pessoas dos muitos bons trabalhos que estão sendo feitos” no combate à pandemia de coronavírus.

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    Também no Partido Republicano o presidente sofreu represálias. Larry Hogan, governador republicano de Maryland e presidente da Associação Nacional de Governadores, disse que a afirmação de Trump “não é meu entendimento da Constituição”. O governador New Hampshire, Chris Sununu, também do partido de Trump, disse que as “ordens executivas são estaduais e, portanto, caberia ao Estado e ao governador desfazê-las”.

    Joe Biden, candidato democrata à Casa Branca, se manifestou dizendo que “não está concorrendo ao cargo de rei dos Estados Unidos” ​​e que respeita “o excelente trabalho que tantos governadores deste país – democratas e republicanos – estão fazendo sob essas circunstâncias terríveis”.

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    Amotinados

    Depois que grupos de governadores anunciaram que planejavam trabalhar juntos, regionalmente, para decidir quando e como reabrir negócios, Trump os comparou a “amotinados” em uma postagem no Twitter. O presidente afirmou ser “revigorante” assistir um motim quando os “amotinados precisam de tanta ajuda de seu capitão”, em uma referência aos recursos e produtos médico-hospitalares transferidos por Washington aos estados para o combate à epidemia.

    Trump havia apresentado a possibilidade de reabrir algumas áreas até o dia 1º de maio e prometera anunciar suas orientações ainda nesta semana. Contudo, o médico Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas do governo, disse nesta terça-feira que essa meta é “um pouco otimista demais” para muitas áreas do país, reportou a agência Associated Press.

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    Segundo o especialista, os Estados Unidos ainda não dominaram o suficiente a testagem e o rastreamento do coronavírus para reabrir a economia do país.

    “Precisamos ter algo eficiente e confiável, e ainda não estamos lá”, disse Fauci. O país tem quase 600.000 casos de coronavírus confirmados e mais de 25.000 mortos, segundo levantamento da Johns Hopkins University.

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