Governador de Nova York assediou diversas mulheres, diz relatório
Andrew Cuomo teria assediado sexualmente membros de seu gabinete e outros funcionários públicos, incluindo uma policial, indica secretária de Justiça

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, assediou sexualmente diversas mulheres e então promoveu retaliação contra uma ex-funcionária que se queixou publicamente das condutas impróprias, afirmou a secretária de Justiça do estado, Letitia James, em um relatório publicado nesta terça-feira, 3.
A investigação sobre condutas sexuais impróprias é uma das várias que o escritório da secretária montou contra Cuomo e seu círculo íntimo, em meio a uma tempestade política nos últimos meses. O relatório, que reune depoimentos de 179 testemunhas e dezenas de milhares de documentos, também afirma que o gabinete do governador era um ambiente de medo de intimidação, formando um ambiente de trabalho hostil para muitos funcionários.
Cuomo teria assediado sexualmente membros de seu próprio gabinete assim como outros funcionários públicos, incluindo uma policial, e membros do público, alega o relatório.
Segundo James, as conclusões revelam “um quadro profundamente perturbador, mas claro”, e foram apresentadas cerca de duas semanas depois de depoimento do próprio Cuomo a investigadores. Segundo a mídia local, o governador teria sido questionado por 11 horas.
Em março, a ex-assessora Lindsey Boylan publicou uma longa denúncia acusando-o de assédio sexual. Ela já havia feito alegações semelhantes em dezembro passado, pelo Twitter, mas desta vez forneceu mais detalhes, como um beijo forçado em 2018. Ao longo do texto, ela descreveu que o governador “fazia de tudo para me tocar nas costas, braços e pernas”, convidou-a para “uma partida de strip poker” e, uma vez, “postou-se na minha frente e me beijou na boca”.
Dias depois foi a vez de Charlotte Bennett, ex-assessora de 25 anos, relatou uma reunião a dois em que o governador, de 63, lhe perguntou se já havia feito sexo com um homem mais velho e se achava que a idade importava. “Entendi que queria dormir comigo e me senti terrivelmente desconfortável e receosa”, diz Lindsey, que reportou o episódio e foi transferida (ela deixou o emprego em novembro).
Outras mulheres se juntaram ao coro de acusações, colocando ainda mais pressão sobre o governador, que nega as acusações de ter tocado qualquer pessoa de forma inapropriada. Ele reconheceu em um comunicado em fevereiro, no entanto, que algumas de suas falas no ambiente de trabalho “podem ter sido insensíveis ou muito pessoais”. O comunicado diz que ele estaria arrependido a aqueles “que mal interpretaram as afirmações como flertes não desejados”.
Junto a isso, ele enfrenta um dos momentos mais turbulentos de sua gestão, devido às revelações de que o governo havia ocultado dados sobre a extensão total das mortes por coronavírus em casas de repouso para idosos. Promotores federais também investigam a revelação.