Autoridades de Gaza afirmaram nesta quarta-feira, 11, que a única estação elétrica do território povoado por palestinos parou de funcionar, porque acabou o combustível necessário para gerar eletricidade. O anúncio ocorre dias depois que o governo de Israel anunciou um “cerco completo” ao enclave, onde moram mais de 2 milhões de pessoas, em resposta aos ataques do grupo terrorista Hamas.
“Gaza está atualmente sem energia”, disse Galal Ismail, chefe da autoridade energética de Gaza.
Ismail acrescentou que os moradores da região ainda obtêm eletricidade por meio de geradores, mas devido ao bloqueio em todas as fronteiras com Israel, o combustível necessário para o funcionamento das máquinas está acabando.
No anúncio do cerco ao redor de Gaza, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, alertou, sem rodeios: “Sem eletricidade, comida, combustível, ou água. Tudo fechado”. A promessa está se cumprindo.
+ No maior porta-aviões do mundo, EUA enviam primeira leva de armas a Israel
A ministra da Saúde da Autoridade Palestina, Mai al-Kaila, alertou que o estoque de combustível para operar os geradores nos hospitais da Faixa de Gaza terminará na quinta-feira, 12. “Isso que agravará as condições já desastrosas nos hospitais”, disse ela.
Em uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, o cerco pode criar uma crise humanitária.
“[A comunidade internacional] deve intervir urgentemente para parar a agressão, permitir a entrada de equipamentos de socorro e restaurar a eletricidade e a água, porque a Faixa de Gaza enfrenta uma grande catástrofe humanitária”, disse Hussein al-Sheikh, secretário-geral do comité executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
+ Israel: Netanyahu e oposição fazem acordo para criar governo de emergência
A Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina também levantou preocupações com o abastecimento de alimentos na região. Segundo a agência, os estoques de comida e água em abrigos na Faixa de Gaza vai durar menos de duas semanas.
“Temos suprimentos de comida e água para 12 dias. As estradas estão bloqueadas, não temos linhas telefônicas, tivemos redes atingidas por ataques aéreos. É realmente difícil para nós saber o que está acontecendo”, disse Jennifer Austin, vice-diretora da agência.
“Dependemos dos nossos funcionários, eles próprios refugiados, para saírem e prestarem serviços. Estamos enfrentando uma situação sem precedentes “, completou.