Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Garzón: na Espanha, há medo de comissão que investigue ditadura

Por Da Redação
17 jul 2012, 23h34

São Paulo, 17 jul (EFE).- Em visita ao Brasil, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón defendeu nesta terça-feira a abertura de comissões de investigação para reconhecer violações de direitos humanos ocorridas durante regimes totalitários, algo que, segundo sua opinião, seu país ‘não é capaz’ de produzir.

Garzón, que hoje foi homenageado em Porto Alegre, se mostrou contundente sobre a incapacidade da Espanha para investigar os crimes ocorridos durante o franquismo.

‘Em meu país, há medo de uma comissão da verdade’, declarou o ex-magistrado da Audiência Nacional espanhola durante seu discurso, ao referir-se à investigação de fatos que ocorreram durante o regime militar que governou a Espanha após o golpe de Estado de 1936.

Além disso, criticou que haja praças e ruas batizadas com nomes referentes ao franquismo e símbolos desse regime, uma realidade que chamou de ‘vergonha’.

Garzón, que desde fevereiro está inabilitado, disse que abrir uma causa contra o juiz que processava os fatos ‘demonstra não só covardia, mas também medo’.

Continua após a publicidade

O ex-magistrado foi condenado pela Suprema Corte espanhola a 11 anos de inabilitação por supostos delitos de prevaricação e violação de garantias constitucionais.

Garzón defendeu a importância de instalar comissões da verdade para reconhecer violações de direitos porque contribuem para estabelecer ‘a dignidade das vítimas’.

O juiz arrancou aplausos ao explicar sua oposição à expressão ‘recuperação da dignidade’ no caso das vítimas, uma vez que foram seus carrascos os que a perderam.

‘As vítimas nunca perderam a dignidade, perderam a dignidade aqueles que massacraram, aqueles que torturaram, aqueles que negaram a Justiça’, disse Garzón.

Continua após a publicidade

Antes de seu discurso, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, homenageou Garzón com a Comenda da Ordem do Ponche Verde, a mais alta condecoração entregue por esse estado.

Genro, que hoje assinou um decreto para a instalação de uma comissão da verdade em seu estado para investigar violações de direitos humanos durante a ditadura brasileira (1964-1985), elogiou a trajetória de Garzón.

O governador disse que a contribuição de Garzón ao direito é equivalente ao que o Nobel da Paz Nelson Mandela significa para a África do Sul e louvou seu empenho em ‘proteger os mais sagrados valores que formam uma sociedade democrática’. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.