O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se viu isolado nesta quinta-feira, 16, durante uma cúpula virtual do G7 devido à sua decisão de cortar o financiamento americano à Organização Mundial da Saúde (OMS). Os líderes da Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia expressaram forte apoio à entidade de saúde global.
Um porta-voz da chancelar alemã Angela Merkel disse que a líder argumentou que “a pandemia só pode ser superada com uma resposta internacional forte e coordenada”, e o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, descreveu a entidade como a “espinha dorsal da luta contra a pandemia”. O premiê canadense, Justin Trudeau, disse que “a OMS é uma parte importante dessa colaboração e coordenação internacionais”.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a Casa Branca insistiu que as críticas de Trump à OMS foram contempladas pelo G7. O líder americano justificou o congelamento dos 400 milhões de dólares destinados à organização pela “falta de transparência e má administração crônica da pandemia”, afirmando que não estava disposta a confrontar a China no início do surto.
Os líderes do G7, apesar das dúvidas sobre a resposta da China ao coronavírus, argumentam que não é hora de abrir um buraco nas finanças da entidade que comanda a resposta internacional à pandemia de coronavírus, reporta o Guardian. Mais de 2 milhões de pessoas já foram contaminadas no mundo, dentre as quais 140.000 morreram.
O Reino Unido aumentou este mês sua ajuda à OMS, e seu governo ressaltou o esforço diplomático da organização para entrar na China e investigar o novo vírus. A União Europeia, representada pelo presidente do conselho, Charles Michel, pretende direcionar 8 milhões de dólares para ajudar a preencher a lacuna criada pelos Estados Unidos, por meio de uma conferência online de arrecadação. Michel também enfatizou a importância do “multilateralismo”.
Trump já havia brigado com os outros líderes do G7, quando se recusaram a aceitar que os Estados Unidos descrevessem o coronavírus como “vírus de Wuhan” em um comunicado no dia 16 de março, na tentativa de atribuir à China a responsabilidade pela próxima recessão econômica global.