O G20, grupo que reúne os líderes das vinte maiores economias do mundo, reconheceu neste sábado que a Organização Mundial de Comércio (OMC) não consegue cumprir com seus objetivos atualmente e, por isso, defendeu na declaração final aprovada na cúpula realizada em Buenos Aires, na Argentina, uma reforma para revitalizar o comércio mundial.
A guerra comercial desencadeada pelo presidente americano, Donald Trump, contra a China, é considerada por analistas como uma das maiores ameaças ao crescimento global. Em seu mandato, o republicano tem tomado uma série de decisões unilaterais – e protecionistas – na área de comércio exterior que confrontam os princípios de multilateralismo que norteiam as relações entre os países de todo o mundo há pelo menos mais de duas décadas.
A OMC é o organismo multilateral que versa sobre o comércio global, servindo de fórum para a definição de regras e para a soluções de disputas entre os países. O atual diretor-geral é o brasileiro Roberto Azevêdo, que está no cargo desde 2013. A OMC tem 160 países membros, que representam 98% do comércio mundial.
O documento aprovado por consenso neste sábado, intitulado “Construindo Consenso para um Desenvolvimento Justo e Sustentável”, diz que o comércio internacional e os investimentos são importantes motores de crescimento, produtividade, inovação e criação de empregos.
A declaração final assinada pelos líderes do G20 reconhece a contribuição dada pelo sistema multilateral de comércio, mas ressalta que, atualmente, ele não consegue cumprir seus objetivos, abrindo espaço para melhorias.
“Nós, portanto, apoiamos a necessária reforma da OMC para aperfeiçoar seu funcionamento. Revisaremos o progresso dessa medida na próxima cúpula”, afirma o texto publicado ao fim da reunião, citando o encontro que ocorrerá em Osaka, no Japão, em junho de 2019.
Os líderes do G20 também defenderam a promoção de políticas fiscais favoráveis ao desenvolvimento e celebraram o início do funcionamento do sistema de troca automática de informações financeiras criado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para identificar países que não implementaram as normas de transparência de forma satisfatória.
(Com a EFE)