França: Macron aposta em inexperientes para ganhar maioria
O presidente eleito selecionou metade dos candidatos entre cidadãos sem vínculo político prévio para as eleições legislativas de 11 de junho
O presidente eleito da França, Emmanuel Macron, cumpriu nesta quinta-feira sua promessa de escolher na sociedade civil metade dos candidatos às eleições legislativas de junho. Das 428 pessoas que concorrerão pelo seu partido, La République en Marche, a uma vaga na Assembleia Nacional, 223 são cidadãos sem vínculo político anterior.
O partido, que nunca tinha concorrido em uma eleição até impulsionar Macron à Presidência no dia 7 de maio, também se comprometeu a ter um equilíbrio de candidatos homens e mulheres. 214 de cada.
“Nunca antes um movimento com 13 meses de existência havia tido a audácia de apresentar para deputados 52% de cidadãos que não são políticos profissionais. Nós queremos construir uma maioria parlamentar de mudança”, disse Richard Ferrand, secretário-geral do partido. As escolhas foram feitas entre mais de 19.000 solicitações. Os demais candidatos que o partido vai apresentar ainda não estão definidos.
Para poder aplicar as reformas prometidas, Macron precisa obter uma maioria nas eleições legislativas de 11 e 18 de junho. De acordo com um pesquisa da Harris Interactive publicada também nesta quinta-feira, há grandes chances de isso acontecer. O estudo apontou que o partido do presidente deve receber 29% dos votos, contra 20% para os conservadores Os Republicanos e outros 20% para a Frente Nacional, partido de extrema-direita da ex-candidata Marine Le Pen.
Portas abertas
Macron planeja apresentar candidatos nos 577 distritos da França, mas Ferrand anunciou uma exceção no distrito eleitoral do socialista Manuel Valls. O ex-primeiro-ministro disse que deseja ajudar Macron a obter a maioria na Assembleia.
O experiente político não preenche os critérios definidos pelo partido de Macron para ter seu apoio, mas Ferrand disse que não seria apresentado um candidato contra ele no distrito, de modo a aumentar as chances de eleição de Valls, que pode ser útil ao novo presidente no futuro.
“Não fechamos a porta a um ex-primeiro-ministro que nos diz ‘tenho vontade de me unir a vocês e ser útil'”, justificou o porta-voz.
(com Reuters e AFP)