França fechará Torre Eiffel e Louvre com medo de novos protestos violentos
Em todo o país, serão mobilizados 89.000 policiais para impedir a repetição dos tumultos do último final de semana
Por Da Redação
7 dez 2018, 09h42
A França fechará no próximo sábado, 8, a Torre Eiffel e outros pontos turísticos de Paris para evitar uma nova onda de protestos violentos na capital. Ao todo, 89.000 policiais estarão presentes nas ruas de várias cidades do país.
Os manifestantes que apoiam o movimento dos “coletes amarelos” convocaram para sábado mais um grande ato por todo o país. Este é o quarto fim de semana de protestos seguido.
Além da Torre Eiffel, os museus do Louvre e de Orsay, óperas e o complexo do Grand Palais, que recebe diversos eventos culturais, serão fechados, segundo o ministro da Cultura, Franck Riester.
Além disso, as autoridades de Paris instruíram lojas e restaurantes da Avenida Champs Élysées a permanecerem com as portas fechadas. Seis partidas de futebol da primeira divisão foram adiadas, entre elas os jogos entre Paris e Montpellier, Monaco e Nice, Toulouse e Lyon, e Saint-Etienne e Marseille.
“Não podemos correr o risco quando conhecemos a ameaça”, declarou Riester, à rádio RTL, acrescentando que os manifestantes de extrema-direita e extrema-esquerda planejavam se aproveitar das manifestações.
O primeiro-ministro Edouard Philippe afirmou que 89.000 policiais em todo o país serão mobilizados para impedir a repetição dos tumultos do último sábado, quando carros foram incendiados e lojas saqueadas na Champs Élysées.
“Temos diante de nós pessoas que não vão se manifestar, mas sim para destruir. Por isso, temos que manter a segurança dos franceses e garantir que eles não questionem as instituições nem o nosso modo de vida”, afirmou o primeiro-ministro. Serão 24.000 agentes nas ruas do que no final de semana anterior.
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O movimento
O movimento dos “coletes amarelos” começou como resposta a um plano do governo de elevar taxas de combustível para desestimular o uso de carros e fazer uma transição para energia limpa.
O governo francês decidiu abandonar o aumento de forma definitiva, mas nada parece aplacar o ímpeto da mobilização. Atualmente, o movimento está cada vez mais heterogêneo e engloba diversas reivindicações.
De certa forma, se tornou uma grande expressão do descontentamento da população com o governo do presidente Emmanuel Macron. Estudantes pedem o fim da reforma do Ensino Médio, caminhoneiros protestam contra um corte nos pagamentos das horas extras e o sindicato dos agricultores luta para ajudar os produtores rurais a melhorar seus rendimentos.
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Recuo do governo
Uma repetição da violência do último sábado na cidade de Paris, que incluiu pichações anti-Macron no Arco do Triunfo, seria um duro golpe para a economia e levantaria dúvidas sobre a sobrevivência do governo. O primeiro-ministro afirmou que o Estado fará todo o possível para manter a ordem.
Philippe disse também ao Senado que está aberto a novas medidas para ajudar os trabalhadores com salários mais baixos, enquanto o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, afirmou estar preparado para acelerar os cortes de impostos para as famílias.
“Estou pronto para analisar todas as medidas que ajudem a elevar o pagamento daqueles que recebem salário mínimo, sem causar danos excessivos à nossa competitividade e negócios”, disse Philippe.
(Com EFE e Reuters)
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